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Presidente Jair Bolsonaro (PL) discurso para médicos em visita ao Conselho Federal de Medicina (CFM), na manhã desta quarta-feira (27) — Foto: Reprodução/CFM
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quarta-feira 27 de julho de 2022 às 15:36h

Bolsonaro é aplaudido por médicos após dizer que não se vacinou contra Covid-19

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi aplaudido de pé e chamado de “mito” por médicos na manhã desta quarta-feira (27) após discursar para a classe e dizer, com orgulho, que não se vacinou contra a Covid-19. Para o mandatário, o ato é uma questão de “liberdade”.

“Compramos vacina para todo mundo, de forma voluntária. Nunca exigi passaporte vacinal nem cobrei nada de ninguém para fazer isso, até porque eu não me vacinei. Entendo que isso é liberdade, é democracia, é um direito meu e estou vivo até hoje”, declarou.

Segundo o jornal O Tempo, o presidente fez uma visita que não estava programada na agenda oficial ao Conselho Federal de Medicina (CFM), em Brasília (DF). De acordo com a equipe de campanha dele, Bolsonaro foi conversar com a classe médica acompanhado do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Eles foram recepcionados pelo presidente do CFM, Hiran Gallo.

O discurso de Bolsonaro aos médicos, de cerca de 10 minutos, foi transmitido nas redes sociais do mandatário. O presidente voltou a defender o “tratamento precoce” com medicamentos comprovadamente ineficazes contra a infecção pelo coronavírus depois que a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o arquivamento das denúncias feitas contra ele pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.

“Me acusaram de charlatanismo, eu que tomei cloroquina. Com todo respeito, eu estudei, os senhores alguns concordam comigo, outros não, é um direito, é uma autonomia. E me curei. No dia seguinte estava bom. Se em função disso ou não? Para mim foi, pode ser que não seja. Mas aqui no Brasil foi proibido praticamente falar de tratamento precoce”, disse.

Bolsonaro chamou o vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), de “fala fina” e foi ovacionado pelos médicos. Ele também reclamou de ter tido uma “experiência muito forte da interferência política na autonomia médica”. “O médico, no meu entender, tem que fazer de tudo para buscar salvar uma vida. A autonomia faz parte da atividade dos senhores”, destacou.

Bolsonaro também criticou o Poder Judiciário, mas evitou citar nomes. “A pandemia foi um exemplo para todos nós de como devemos ter cada vez mais zelo com a política. Nossa vida passa pelo Parlamento, pelo Executivo e passa por outro Poder, que está legislando bastante nesses últimos 3 anos”, disse.

Ele ainda ensaiou uma declaração contra o sistema eleitoral e as urnas eletrônicas a exemplo de ataques constantes que têm feito em discursos, mas recuou de concluir a fala. “Tudo evolui, exceto as urnas das sessões eleitorais. Precisam evoluir. Não vamos tocar nesse assunto aqui”.

O CFM informou que a reunião seria para tratar de temas relacionados à assistência médica e hospitalar no Brasil. A pauta, no entanto, não foi abordada no discurso de Bolsonaro transmitido pelas redes sociais.

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