O presidente Jair Bolsonaro disse nesta última quarta-feira (4) que vive em um “meio repugnante” e no qual existe muita “mesquinharia”, garantindo que, por mais que lhe peçam, não mudará seu estilo.
Durante cerimônia de assinatura de uma medida provisória que dá pensão vitalícia a vítimas de microcefalia causada pelo Zika vírus, Bolsonaro disse esperar que deputados e senadores não façam alterações na MP e nem usem a proposta para fazer “demagogia” já que, segundo ele, não tiveram “competência” ou “caráter” para fazê-la em governos anteriores.
Em um breve discurso, o presidente também disse que não quer saber de reeleição –embora tenha aventado essa possibilidade diversas vezes recentemente– e afirmou que prefere fazer um mandato de quatro anos bem feito do que quatro anos “porcos” como, segundo ele, fizeram os que o antecederam.
Paz e guerra
Mais cedo, em Anápolis (GO), onde participou de cerimônia de recebimento pela Força Aérea Brasileira (FAB) de cargueiros militares KC-390, fabricados pela Embraer, Bolsonaro disse que o Brasil seguirá sendo um país pacífico, mas não mais passivo na defesa de sua soberania, ao se referir ao episódio em que seu governo foi alvo de críticas internacionais por causa do aumento dos incêndios florestais na Amazônia.
“Se queremos a paz, nos preparemos para a guerra. O Brasil é um país pacífico, mas não pode continuar e não continuará sendo passivo a esse tipo de agressão à nossa soberania. A Amazônia Brasileira é nossa”, disse o presidente.
“Isso que aconteceu há poucos dias foi muito, mas muito bom para despertar o patriotismo entre nós e também entre povos e nações amigas que compõem a nossa Amazônia”, avaliou.
A pressão internacional gerada pelo aumento das queimadas na Amazônia provocou uma troca pública de farpas entre Bolsonaro e o presidente da França, Emmanuel Macron, e levou o governo a decretar que militares das Forças Armadas atuassem no combate aos incêndios na região.