O presidente Jair Bolsonaro afirmou que a abertura de um novo inquérito para investigar uma suposta organização criminosa que atua contra a democracia é uma retaliação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, por sua defesa ao voto impresso. Nesta quinta-feira, 1º, Moraes arquivou o inquérito dos atos antidemocráticos e abriu uma nova investigação sobre indícios da existência de uma organização que atuaria para desestabilizar o Legislativo e o Judiciário. Em sua live semanal, Bolsonaro condenou a decisão. “Uma covardia o que estão fazendo. Será que é um troco porque eu falei sobre o voto auditável hoje de manhã?”, questionou. “Como retaliação, com toda certeza, o Alexandre de Moraes mandou investigar duas deputadas e o Flávio, meu filho senador, e o Carlos também”, completou. O presidente defendeu que todos os Poderes devem ter um limite, e assim também deve ser com o STF. “Atentado contra a democracia faz quem não obedece a Constituição, não sou eu.”
Ainda durante a live, Bolsonaro voltou a defender o voto impresso nas eleições de 2022 e criticou três ministros do STF, sem citar nomes, que seriam contra a mudança. Na quarta-feira, 30, presidentes de partidos se reuniram com Moraes, Dias Toffoli e Gilmar Mendes para discutir o tema. Bolsonaro, no entanto, disse que os ministros estão interferindo no Congresso. “O Supremo me acusou de interferir na PF, agora eles estão interferindo no parlamento. Parece até que esses ministros estão negociando alguma coisa com o Legislativo”, declarou. O presidente afirmou ainda que “vamos ter problemas” se não houver voto auditável nas próximas eleições. “Eu entrego a faixa para qualquer um que ganhar de mim nas urnas de forma limpa. Na fraude, não”, declarou Bolsonaro. “Tiraram o ladrão da cadeia, tornaram o ladrão elegível, no meu entender, para ser presidente sim, mas na fraude. No voto ele não ganha de ninguém”, completou.