O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL-RJ) disse neste sábado (15) em sua conta no Twitter que o Brasil não sediará a conferência climática da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2019, porque o evento geraria um custo de mais de R$ 500 milhões ao país.
O Brasil havia inicialmente se apresentado para organizar a Cop25, na qual líderes mundiais irão debater sobre a questão climática, no entanto, Bolsonaro pressionou o governo Michel Temer a desistir de sediar o evento internacional.
A Conferência do Clima da ONU discute mudanças climáticas no mundo e trata de alternativas para melhorar as condições do clima, em especial no trabalho para a redução dos gases de efeito estufa.
Segundo o presidente eleito, o gasto para sediar no ano que vem a conferência “poderia constranger o futuro governo a adotar posições que requerem um tempo maior de análise e estudo”. Com a desistência brasileira, a Cop25 será realizada no Chile em novembro.
Abrimos mão de sediar a Conferência Climática Mundial da ONU pois custaria mais de R$500 milhões ao Brasil e seria realizada em breve, o que poderia constranger o futuro governo a adotar posições que requerem um tempo maior de análise e estudo. O Estadão esnoba o bom jornalismo!
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) December 15, 2018
No final de novembro, o Ministério das Relações Exteriores argumentou que a decisão de abrir mão da organização do evento internacional tinha se baseado em restrições fiscais e orçamentárias e também no processo de transição para o futuro governo.
“Tendo em vista as atuais restrições fiscais e orçamentárias, que deverão permanecer no futuro próximo, e o processo de transição para a recém-eleita administração, a ser iniciada em 1º de janeiro de 2019, o governo brasileiro viu-se obrigado a retirar sua oferta de sediar a COP 25”, comunicou o Itamaraty em nota.
Na ocasião em que foi anunciada a desistência do Brasil, o presidente eleito admitiu ter orientado o futuro ministro do Itamaraty, Ernesto Araújo, a procurar a atual gestão do ministério para deixar claro que o novo gvoerno não tinha interesse em receber a conferência da ONU.
Afinado com ruralistas, Jair Bolsonaro já declarou que, na avaliação dele, o Brasil é o país que mais preserva o meio ambiente. Ele também alega que os agricultores brasileiros estão sufocados por questões ambientais.
Em meio à campanha eleitoral, ele ameaçou retirar o Brasil do Acordo de Paris – tratado assinado por 195 países com o objetivo de reduzir o aquecimento global – porque, na visão dele, o Brasil teria de abrir mão de 136 milhões de hectares na Amazônia e, de acordo com Bolsonaro, isso afetaria a “soberania nacional”.