O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou conforme Tiago Minervino, do UOL, que “aconteciam” “coisas terríveis “dentro da Câmara dos Deputados na época em que ele era parlamentar, e agradeceu pelo fato de as sessões das Comissões da Casa não serem gravadas, pois “o bicho pegava” quando os deputados se reuniam para debater as pautas. Ele, no entanto, não deu detalhes.
A fala de Bolsonaro aconteceu durante participação no podcast “Cara a Tapa” com o jornalista Rica Perrone, ao comentar sua saída do Exército para entrar na vida política. Ele foi eleito, inicialmente, vereador pelo Rio de Janeiro. Depois, ganhou a primeira eleição para deputado federal em 1990.
Ainda bem que não tinham gravações lá nas sessões de comissões da Câmara dos Deputados porque tinham coisas terríveis que aconteciam lá dentro, o bicho pegava.”
Jair Bolsonaro (PL)
No bate-papo, o atual chefe do Executivo Federal relatou que, que quando chegou ao Congresso Nacional, havia anistiados políticos do período pós-ditadura militar (1964-1985) e, como de costume, debochou das pessoas que foram torturadas pelos militares. Conforme o ex-capitão, alguns diziam que estavam “com os ossos quebrados”, mas se fosse fazer um raio-x não seria identificado um “calo ósseo” sequer.
“Cheguei [na Câmara] numa época que tinha acabado o período militar e tinha um monte de anistiado lá dentro, todo mundo [que] combatia a ditadura com Fidel Castro [ex-presidente de Cuba], aquele papo todo. Apareceram os torturados com a pele mais lisa que a Branca de Neve, uns [diziam]: ‘me quebraram os ossos todos’. [Aí vai] tirar o raio-x do cara e ver se tem algum calo ósseo”, declarou, em tom de deboche, ao completar sua fala sobre as “coisas terríveis” que eles praticavam no interior do Congresso quando não estavam sendo filmados.
Na entrevista a Rica Perrone, Jair Bolsonaro também repercutiu a foto tirada pela primeira-dama Michelle Bolsonaro com a esposa do ator Guilherme de Pádua, e afirmou que questionou Michelle sobre o registro, mas ela alegou que tirou foto com dezenas de pessoas, e não reconheceu a companheira do assassino da atriz Daniella Perez.
A entrevista começou por volta das 10h30 e, duas horas depois, quase 450 mil acompanham a transmissão.