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domingo 16 de fevereiro de 2025 às 14:05h

Bolsonaro desautoriza mote de ‘impeachment já’ para Lula em manifestações de março

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desautorizou aliados segundo o jornal O Globo, que começaram a defender a palavra de ordem “impeachment já” para os atos de 16 de março convocados pela oposição, em todo o País. Organizadores da manifestação argumentam que a estratégia em curso é para desgastar ao máximo o presidente Lula da Silva (PT) e deixar o governo “sangrar” até a eleição de 2026. Com esta perspectiva, os motes do protesto são “Anistia Já” e “Fora Lula 2026”, mas não a defesa do impeachment.

“Alckmin seria mais do mesmo”, disse à Coluna do Estadão o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), numa referência ao vice-presidente Geraldo Alckmin. Um dos coordenadores dos atos do dia 16, Sóstenes afirmou que as manifestações pedindo anistia aos condenados do 8 de janeiro de 2023 ocorrerão em todas as capitais e também em algumas cidades do interior.

“Foi o Lula que disse que quer o povo na rua, não foi? Então, já que ele convocou, terá”, ironizou o deputado. “A gente estava tranquilinho, mas ele fustigou.”

Na prática, não interessa a Bolsonaro defender o impeachment de Lula agora para não misturar as estações, uma vez que o foco principal do protesto é a anistia.

Além disso, nos bastidores, aliados do ex-presidente admitem que não há apoio político nem tempo hábil para a tramitação de um processo como esse no Congresso.

Diante de um cenário adverso para Bolsonaro, a oposição aposta agora em tentar levar Lula a “nocaute” para que ele não concorra à reeleição em 2026 nem consiga emplacar um eventual sucessor.

A confusão sobre a palavra de ordem da manifestação, porém, foi provocada pelo próprio ex-presidente, que, em entrevista ao canal Brasil Talking News, mencionou a expressão “impeachment” ao falar de “questões nacionais” previstas para entrar no ato. Bolsonaro confirmou presença no protesto do Rio de Janeiro.

Nos próximos dias, a Procuradoria-Geral da República apresentará denúncia contra o ex-presidente e outros investigados por tentativa de golpe de Estado ao Supremo Tribunal Federal (STF). A lista dos indiciados pela Polícia Federal também inclui os ex-ministros Braga Netto, que está preso, e Augusto Heleno.

O STF pretende julgar os denunciados antes da disputa de 2026 para não contaminar o processo eleitoral. Bolsonaro está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Recentemente, ele reforçou as negociações com líderes e presidentes de partidos do Centrão em busca de apoio para aprovar o projeto de lei da anistia e mudar a Lei da Ficha Limpa.

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