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sábado 6 de março de 2021 às 14:17h

Bolsonaro criará projeto para ampliar atividade essencial

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Em mais uma reação aos decretos de lockdown assinados por governadores, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta última sexta-feira (5) que mandou preparar um projeto de lei para enviar ao Congresso e ampliar a lista de atividades essenciais.

– Essa história do ‘ficar em casa’, para quem tem dinheiro, tudo bem. O pessoal muitas vezes trabalha hoje para comer amanhã, ou comer à noite. Eu falei ontem o que é atividade essencial. Mandei preparar um projeto nesse sentido – disse Bolsonaro a apoiadores, ao chegar ao Palácio da Alvorada. As atividades essenciais não podem ser interrompidas nem mesmo durante o lockdown.

Segundo o presidente, caberá à Câmara dos Deputados definir a lista de atividades essenciais.

– A Câmara é quem vai decidir. Atividade essencial é toda aquela necessária para o chefe de família levar o pão para casa. Por que o cara que é encanador, por exemplo, não é essencial? Ele vai levar o que pra casa? – perguntou.

No ano passado, por meio de decreto conforme o jornal Estado de S. Paulo, Bolsonaro incluiu várias atividades no rol de serviços essenciais – inclusive salões de beleza, barbearias e academias. Na quinta-feira (4), Bolsonaro já havia sinalizado essa intenção por meio das redes sociais e aos apoiadores que o aguardavam no Alvorada no fim do dia.

– Aprenderam a definição de trabalho essencial? Já chegou aqui ou não? – questionou. O chefe do Executivo se referia a um post publicado por ele mais cedo, nas redes sociais, no qual dizia que “atividade essencial é toda aquela necessária para um chefe de família levar o pão para dentro de casa”.

Ao falar sobre a possibilidade de que governadores comprem vacinas diretamente dos laboratórios, sem intermediação do governo federal, Bolsonaro disse não haver problema, desde que os próprios estados paguem.

– Mas quem vai pagar a conta? Eu? Não. Se quiserem comprar, podem comprar, mas a vacina vem para o Plano Nacional de Imunização. Ninguém está contra governador não, mas estamos fazendo contato com o mundo todo – afirmou.

Bolsonaro disse, ainda, que o governo não tem capacidade para pagar auxílio emergencial para sempre à população.

– Auxílio emergencial é endividamento do Estado, não tem como. Alguns acham que pode dar a vida toda. Não dá – argumentou ele.

Na conversa com os apoiadores, o presidente admitiu que os novos valores médios, em torno de R$ 250, são pouco, quando comparados aos pagos no ano passado, de R$ 600. “É pouco? Eu preferia ter isso aí do que não ter nada”, disse.

Em um ajuste no discurso contrário a vacinas, que defendeu durante todo o ano de 2020, Bolsonaro afirmou que o governo vai receber, no mínimo, 20 milhões de doses de vacinas neste mês e mais 40 milhões em abril.

– Depois que o Congresso deu aval para comprar a Pfizer, já assinamos o contrato. Em agosto e setembro do ano passado, já assinamos o primeiro contrato para comprar vacina. Em dezembro, tivemos a medida provisória de R$ 20 bilhões. O Brasil é um dos países que mais vacina. Se não me engano, passamos das 10 milhões de doses aplicadas, mais que todo o Estado de Israel, que são 9 milhões de habitantes. Agora, está faltando no mundo todo – avaliou.

Um dia depois de criticar o isolamento social e falar em “frescura e mimimi”, Bolsonaro disse lamentar as mortes. Reafirmou, porém, que é preciso enfrentar o problema. Lembrou que já teve Covid-19 e disse estar imunizado, embora essa imunidade seja temporária, como têm demonstrado estudos e evidências de pessoas reinfectadas.

– Deixa outro tomar vacina no meu lugar. Lá na frente, depois que todo mundo estiver imunizado, se eu resolver tomar – porque, no que depender de mim, é voluntário, não pode obrigar ninguém a tomar vacina –, eu tomarei. Disponibilizaremos vacina para todo mundo no Brasil, gratuita e voluntária – afirmou o presidente.

Enquanto Bolsonaro conversava com os apoiadores, a primeira-dama Michelle Bolsonaro chegou ao Palácio da Alvorada. Michelle também conversou e tirou fotos com o público. O casal seguiu em carros separados para a residência oficial.

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