O presidente Jair Bolsonaro cobrou nesta segunda-feira (28) os fabricantes de vacinas contra a Covid-19 por ainda não terem feito o pedido de uso emergencial ou de registro na Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa). Bolsonaro afirmou que o Brasil é um “mercado consumidor enorme” e que a responsabilidade de disponibilizar a vacina é do “vendedor”, e não dele.
— O Brasil tem 210 milhões de habitantes. Um mercado consumidor, de qualquer coisa, enorme. Os laboratórios não tinham que estar interessados em vender para a gente? Por que eles, então, não apresentam documentação na Anvisa? Pessoal diz que tenho que…Não, não. Quem quer vender…Se eu sou vendedor, eu quero apresentar — disse Bolsonaro a apoiadores, no Palácio da Alvorada, antes de viajar para Santos (SP).
Enquanto quase 5 milhões de pessoas já receberam doses de vacinas contra a Covid-19 em todo o mundo, Bolsonaro voltou a dizer que não está preocupado com a “pressão” em torno do tema e que a vacinação não pode ser feita “correndo”. O presidente também disse que poderia ser acusado de interferência na Anvisa caso pressionasse por um trâmite mais rápido.
— Falei que não estava preocupado com pressão. Falei mesmo. Porque nós temos que ter responsabilidade. Certas coisas não pode ser correndo, você está mexendo com a vida do próximo — disse, acrescentando: — Agora, se eu vou na Anvisa, que é um órgão de Estado, (e digo) “corre aí”, eu estou interferindo.