Acompanhado de ministros, representantes das FFAA e do agronegócio, o presidente fez segundo o Estadão, mais um pronunciamento em tom de campanha sobre “combate ao socialismo”; evento do agronegócio acontece em paralelo à divulgação de cartas pela democracia
“Malandro como sempre. Sem caráter. Um bêbado que quer dirigir o Brasil”, afirmou o presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quarta-feira, 10, na abertura de um dos mais importantes eventos do agronegócio brasileiro, em Brasília.
Sem citar o nome do candidato petista à Presidência, Bolsonaro fez discurso em tom de campanha no Encontro Nacional do Agro, promovido pela Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com mais de 3,5 mil produtores rurais inscritos. Ele falou logo depois do presidente da entidade, João Martins, no palco do evento. A entidade é uma das que não assinaram nenhuma das cartas pela democracia promovidas por empresários, cientistas e pesquisadores.
“A proposta de regulação da produção agrícola o cara já tirou do programa de governo. Malandro como sempre. Sem caráter. Um bêbado que quer dirigir o Brasil”, disse o atual presidente, acompanhado dos ministros da Agricultura, Marcos Montes; do secretário especial de Assuntos Estratégicos da Presidência, Almirante Rocha; do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite; do ministro da Justiça, Anderson Torres; do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno; do ex-ministro e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, Walter Braga Netto (PL); e do presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade.
Bolsonaro repetiu que questionou aos banqueiros em reunião recente na Febraban se aceitaram um funcionário que os roubou oito anos depois para trabalhar com eles novamente. “É óbvio que não (empregariam de novo). O Brasil é uma Ferrari ou melhor que isso. Se botar uma pessoa com certos vícios para pilotar a Ferrari, ela vai capotar na primeira curva. O Brasil só não capotou porque é muito grande”, afirmou.
O presidente disse ainda que o Brasil foi “assaltado” por catorze anos. “Está aqui o presidente da Petrobras e já vimos melhoras, mas ela ao longo de catorze anos foi endividada em R$ 900 bilhões, fruto de corrupção, roubalheira e loteamento político de diretorias. Algo semelhante (ocorreu) no BNDES com empréstimos a ditaduras”, afirmou.
Ainda sobre Lula, Bolsonaro afirmou, sem citá-lo nominalmente, que o ex-presidente “vivia de amores com Fidel Castro e Evo Morales”.
“Vimos agora há pouco uma cartinha em defesa da democracia. Olha quem assinou por último: o cara que vive ou vivia de amores com Fidel Castro, Hugo Chávez, Nicolas Maduro, Evo Morales e Néstor Kirchner. Em época de campanha, pessoal vira bonzinho”, afirmou Bolsonaro, citando os ex-governantes de Cuba, Venezuela, Bolívia, Argentina e o atual presidente venezuelano, todos de partidos de esquerda.
O discurso repete lemas que levaram à eleição de Bolsonaro em 2018, como o “combate ao socialismo” na América Latina e boatos sobre a vida pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.