O presidente Jair Bolsonaro (PSL) decidiu cancelar uma entrevista coletiva que concederia a jornalistas em Davos, no Fórum Econômico Mundial, 40 minutos antes de ela acontecer nesta quarta-feira (23).
A equipe do Fórum foi pega de surpresa. Bolsonaro se reuniu com o presidente da Suíça, Ueli Mauer, e com o ex-premiê britânico Tony Blair após almoçar com investidores e apresentar os prospectos para o Brasil.
Em seguida, porém, ele tomou o caminho de volta a seu hotel em vez de se dirigir ao centro de imprensa, onde faria um pronunciamento seguido de entrevista coletiva com os ministros Paulo Guedes (Economia) e Sergio Moro (Justiça).
O assessor da Presidência Tiago Pereira Gonçalves disse a repórteres que aguardavam o presidente no hotel que o cancelamento da entrevista coletiva se deu devido à “abordagem antiprofissional da imprensa”.
O Fórum ainda tentava entender o ocorrido. O local para a primeira conversa do presidente com a imprensa brasileira já estava preparado.
Na manhã desta quarta, Bolsonaro declarou em entrevista a agência Bloomberg que caso seu filho Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), deputado estadual e senador eleito, fosse culpado no caso envolvendo movimentações atípicas em sua conta, ele pagaria por isso.
Desde então, os jornalistas brasileiros têm insistido em perguntas sobre o caso ao presidente, que responde apenas com silêncio.
A assessoria de comunicação do presidente tentou organizar uma declaração antes do encontro bilateral com o premiê italiano, Giuseppe Conte, mas o brasileiro se recusou, alegando falta de tempo.
É incomum que um chefe de Estado ou governo não dê nenhuma entrevista coletiva em Davos, visto como uma vitrine mundial para investidores.