#Acesse Política | O site de política mais acessado da Bahia! O site de política mais acessado da Bahia!
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aposta no Legislativo para e disputar a eleição presidencial de 2026. Bolsonaro tem buscado o apoio de líderes de partidos do Centrão para aprovar a anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e para negociar mudanças na Lei da Ficha Limpa.
Com a perspectiva de o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentar a denúncia contra Bolsonaro nos próximos dias, ainda neste mês, o ex-presidente intensificou segundo Cristiane Agostine, do jornal Valor, as conversas com dirigentes e parlamentares do PSD, União Brasil, PP e Republicanos para articular sua anistia e uma eventual redução do período de inelegibilidade de políticos, para poder concorrer no próximo ano. Neste mês, Bolsonaro esteve com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, em São Paulo. Em um almoço, o ex-presidente procurou superar as divergências com seu desafeto político e pedir apoio do PSD para a proposta de anistia. Em Brasília, reuniu-se com o presidente do União, Antônio de Rueda, e teve conversas com o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), além de parlamentares do Republicanos.
Por meio da bancada do PL, Bolsonaro tem cobrado dos novos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), apoio para que a proposta de anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos avance no Congresso. O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, também tem feito ofensiva com líderes partidários.
Até mesmo entre interlocutores de Bolsonaro, a expectativa é de que denúncia de Gonet seja dura contra o ex-presidente, na linha do relatório da PF, que indiciou o ex-presidente e outras 39 pessoas, em novembro, pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. As penas somadas desses crimes podem chegar a 28 anos de prisão. O ex-presidente é suspeito de tramar um golpe para continuar no poder, após a derrota eleitoral de 2022. A denúncia do PGR será analisada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal e o julgamento tende a ser concluído até dezembro, para evitar seguir para 2026, no ano eleitoral.
Além da possibilidade de prisão, Bolsonaro está inelegível até 2030, depois de ter sido condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral pelos crimes de abuso do poder político e uso indevido dos meios de comunicação por reunião convocada com embaixadores, enquanto era presidente, para desacreditar o sistema eleitoral. Foi condenado também por uso eleitoral do 7 de setembro de 2022.
Aliados do ex-presidente avaliam que depois da denúncia do PGR será preciso ter uma forte “ação reativa” e mobilizar os apoiadores em todo o país, para pressionar o Congresso. O principal ato em apoio de Bolsonaro e contra o Supremo Tribunal Federal (STF) será daqui um mês, em 16 de março, e deve ser usado para tentar avançar a anistia. A mudança na Lei da Ficha Limpa, para reduzir de oito anos para dois o período de inelegibilidade, tem mais resistência entre parlamentares.
Bolsonaro mantém o discurso de que será candidato em 2026, afastando a possibilidade de apoiar outro nome. Segundo interlocutores do ex-presidente, a ideia da candidatura deve manter a direita unida para defendê-lo – apesar do lançamento de pré-candidatos desse campo, como o influenciador Pablo Marçal (PRTB) e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil). Se apoiar outro nome agora, como o do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o ex-presidente teme perder espaço na direita e respaldo no Legislativo.
