Em pronunciamento em rede nacional, presidente acenou ao presidente da Câmara, que vem cobrando do governo maior protagonismo na busca por votos
Em um breve pronunciamento em rede nacional na noite desta quarta-feira (24) o presidente Jair Bolsonaro (PSL) comentou a aprovação da reforma da Previdência pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, na terça 23, e acenou ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao agradecê-lo pelo “comprometimento” na tramitação legislativa das mudanças nas aposentadorias.
“Ontem a Comissão de Constituição e Justiça aprovou a constitucionalidade da proposta que cria a nova Previdência. Agradeço o empenho e o trabalho da maioria dos integrantes da comissão e também o comprometimento do presidente Rodrigo Maia”, disse Bolsonaro no pronunciamento, que durou apenas um minuto e vinte segundos.
Abertamente favorável ao texto preparado pela equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, Maia tem cobrado do governo maior protagonismo na busca pelos 308 votos para aprovar a reforma no plenário da Câmara. A falta de articulação política do Palácio do Planalto levou a derrotas para o governo já na CCJ, sendo a maior delas a retirada de quatro pontos da reforma já no colegiado, que não tem como função debater o mérito da proposta, mas apenas sua constitucionalidade.
Em entrevista ao canal Globonews nesta terça, o presidente da Casa declarou que “hoje, o governo não tem votos para aprovar nem essa matéria e nem nenhuma outra que seja polêmica”. “[Agora] é fundamental o governo participar. O governo não pode se omitir numa votação tão importante como essa. Só encaminhar o projeto não resolve o problema”, acrescentou.
No pronunciamento desta quarta-feira, Jair Bolsonaro afirmou que o governo “continua a contar com espírito patriótico dos parlamentares” para que o texto seja aprovado na comissão especial que analisará o mérito da reforma, instalada por Rodrigo Maia hoje, e, por último, no plenário. “É muito importante lembrar que, se nada for feito, o país não terá recursos para garantir uma aposentadoria a todos brasileiros”, pontuou o presidente.
“Sem mudanças o governo não terá condições de investir nas áreas mais importantes para as famílias, como saúde, educação e segurança. Temos certeza que a nova Previdência vai fazer o Brasil retomar o crescimento, gerar empregos e principalmente reduzir a desigualdade social, porque com a reforma os mais pobres pagarão menos. O Brasil tem pressa”, concluiu.