O presidente Jair Bolsonaro acompanha nesta segunda-feira (16), em Formosa (GO), um treinamento das Forças Armadas, coordenado pela Marinha do Brasil. Bolsonaro recebeu o convite pessoalmente na última terça-feira (10) durante um desfile de blindados em frente ao Palácio do Planalto.
Realizada desde 1988, a Operação Formosa é considerada o maior treinamento militar da Marinha feito no região do Planalto Central. Segundo a Marinha, neste ano Exército e Força Aérea participaram pela primeira vez do exercício militar, que visa preparar o corpo de Fuzileiros Navais.
Capitão reformado do Exército, Bolsonaro reforçou nos últimos dias sua participação em cerimônias militares, período no qual os atritos com o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se intensificaram.
Bolsonaro chegou ao Campo de Instrução de Formosa de helicóptero. Ele acompanhou o exercício acompanhado de alguns deputados bolsonaristas e dos ministros: Walter Braga Netto (Defesa), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Marcelo Queiroga (Saúde), Gilson Machado (Turismo), Ciro Nogueira (Casa Civil).
Também estavam presentes os comandantes da Marinha (almirante Almir Garnier) e do Exército (general Paulo Sérgio Nogueira).
Bolsonaro e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, realizaram um tiro de artilharia durante o treinamento.
De acordo com o Ministério da Defesa, a Operação Formosa é uma ação militar de “alta complexidade”, que utiliza diferentes veículos militares e munição real. A demonstração prepara os Fuzileiros Navais e as ações conjuntas das três Forças.
A operação envolveu mais de 2,5 mil militares das três Forças, além de 150 meios, entre aeronaves, blindados e anfíbios, de artilharia e lançadores de mísseis e foguetes. Conforme o Ministério da Defesa, entre as novidades deste ano estavam os empregos de obuseiros de artilharia e lançadores múltiplos de foguetes Astros (Exército) e das aeronaves A-29 e E-99 (Força Aérea).
Desfile de blindados
O desfile de blindados aconteceu nesta terça-feira (10) em frente ao Palácio do Planalto e foi visto por críticos do presidente como uma forma de pressionar a Câmara dos Deputados a aprovar a proposta de emenda à Constituição (PEC) do voto impresso, cuja votação ocorreu na mesma terça-feira – o governo não conseguiu aprovar o projeto defendido por Bolsonaro.
Na véspera da votação, quando se tornou público que a Marinha faria o desfile, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), classificou a situação de uma “trágica coincidência”. Segundo o Ministério da Defesa, foi a primeira vez que um desfile de blindados serviu para entregar o convite da operação ao presidente da República.