O grupo bolsonarista “300 pelo Brasil”, liderado pela ativista Sara Winter, fez um protesto neste último sábado (29) à noite em frente à sede do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. O grupo carregava tochas acesas, e algumas pessoas vestiam máscaras de personagens de filmes de terror cobrindo todo o rosto.
CHEGAMOS E VIEMOS COBRAR AS AUTORIDADES POR UM BRASIL LIVRE!
— Sara Winter (@_SaraWinter) May 31, 2020
Os manifestantes carregavam uma faixa onde se lia “300” e também tochas acesas e marcharam em frente ao STF gritando palavras de ordem contra o Supremo e o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news.
O ato ocorre depois de Sara e empresários bolsonaristas terem sido alvo de mandado de busca e apreensão no âmbito da investigação que apura ameaças, ofensas e fake news contra ministros da Corte e seus familiares.
“Viemos cobrar, viemos cobrar, o STF não vai nos calar”, “careca, togado, Alexandre descarado”, “ministro covarde, queremos liberdade” e “inconstitucional, Alexandre imoral” foram alguns dos gritos de ordem entoados pelo grupo, segundo vídeos divulgados nas redes sociais dos próprios integrantes da manifestação.
Integrantes do STF ouvidos reservadamente pelo Estadão/Broadcast apontaram semelhanças entre o protesto de Sara Winter a manifestação de neonazistas e membros da Ku Klux Klan que ocorreu em 2017 na cidade de Charlottesville, nos Estados Unidos. A ‘KKK’ é organização racista dos Estados Unidos que prega a supremacia branca e já praticou inúmeros atos violentos contra negros.
A reportagem procurou a Polícia Federal e o STF para comentar o protesto em Brasília, mas eles não se pronunciaram até a publicação deste texto. O Planalto informou que não vai comentar.
“Sobre nosso protesto de ontem: a ideia foi de um apoiador que é judeu e quem comprou as tochas e máscaras foi um organizador dos 300 que é negro. Pra esquerda, tocha: símbolo nazista. Sempre tentarão emplacar essa narrativa. Aqui não cola mais”, escreveu Sara no Twitter na manhã deste domingo.