Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) comemoraram nas redes sociais e nos grupos de trocas de mensagens o encontro do presidente com o bilionário sul-africano Elon Musk nesta sexta-feira (20), apesar de o principal anúncio da reunião ser um serviço que o Brasil já possui, o monitoramento da Amazônia, e cujo orçamento foi reduzido.
O filho mais velho do presidente, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), comparou a reunião a um “encontro de mitos” e afirmou que a hastag #bolsomusk “quebrou a internet”.
#BolsoMusk quebrou a internet hoje.
ENCONTRO DE MITOS!
O presidente @jairbolsonaro conversou há pouco com @elonmusk , que visita o Brasil a convite de @fabiofaria , sobre importantes assuntos para o avanço do Brasil, como?+ pic.twitter.com/RWPkUBQXuC
— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) May 20, 2022
O outro filho do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), afirmou que, “com internet na Amazônia, o mundo conhecerá a verdade de lá, sem o filtro da grande mídia”. Na publicação, ele disse que “queimadas poderão ser denunciadas ao vivo”
Com internet na Amazônia o mundo conhecerá a verdade de lá, sem filtro da grande mídia.
Assim como queimadas poderão ser denunciadas ao vivo, as fake news também serão desfeitas.
Um ditador jamais permitiria internet na floresta.
O resto é choro desta velha imprensa. pic.twitter.com/vl6kPEVGS1
— Eduardo Bolsonaro (@BolsonaroSP) May 20, 2022
Amigo do presidente, o deputado Hélio Lopes (PL-RJ) considerou o evento um “grande dia”.
GRANDE DIA!
Presidente Bolsonaro e Elon Musk juntos por uma Amazônia mais conectada e protegida.
Curta @minhacoreobr#lealdadesempre #FECHADOCOMBOLSONARO #depheliolopes #minhacoéobrasil #ptnuncamais pic.twitter.com/34WhLRg7QR
— Helio Lopes (@depheliolopes) May 20, 2022
Nos aplicativos de mensagens, os bolsonaristas comemoravam mencionando a compra do Twitter. Musk está em negociações para adquirir a rede social. Uma de suas bandeiras é reduzir a política de moderação na rede, que permite que publicações com mentiras ou teorias de conspiração sejam apagadas — decisão que agrada apoiadores de Bolsonaro, que afirmam que essas publicações controversas estão dentro do limite da liberdade de expressão.
“Liberdade inegociável. Bolsonaro e Elon musk lado a lado pela defesa da liberdade”, escreveu uma mulher em um grupo de Telegram hoje. A apoiadora reproduzia um vídeo cujo título era “O encontro do século”.
Num grupo de whatsapp, um homem reproduziu uma publicação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), aliada de Bolsonaro, com a fotografia do presidente e do empresário bilionário: “Grande dia”. No comentário, o militante disse que o dia seria de “tristeza” em redações jornalísticas.
Governo cortou verba para monitoramento
O principal tema do encontro entre Bolsonaro e Musk hoje em um hotel no interior paulista foi a conectividade nas escolas e o monitoramento da Amazônia, segundo o empresáio, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, e a Secretaria de Comunicação (Secom). A empresa de internet de Musk é a Starlink.
Super excited to be in Brazil for launch of Starlink for 19,000 unconnected schools in rural areas & environmental monitoring of Amazon! ??
— Elon Musk (@elonmusk) May 20, 2022
O monitoramento da floresta Amazônica já é executado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). As verbas do órgão vêm encolhendo na gestão Bolsonaro. Para 2022, o orçamento do órgão foi definido em R$ 87 milhões, queda de 32% em relação ao total recebido em 2020, que foi de R$ 135,8 milhões.
De acordo com a Secretaria de Comunicação do governo federal, no encontro com Musk, “foram tratados assuntos como investimentos e inovação, com foco em conectividade para a Região Amazônica, especialmente para as escolas mais afastadas”.