As revelações publicadas ao longo do dia de ontem sobre o esquema de monitoramento de adversários do governo Bolsonaro promovido pela Abin mudou a escala de pessimismo dos bolsonaristas que articulam a candidatura de Alexandre Ramagem à prefeitura do Rio de Janeiro.
Até o início do dia, povoavam as conversas os substantivos “dúvida” e “incerteza” sobre o destino da candidatura do ex-chefe da Abin.
No fim do dia, segundo Lauro Jardim, colunista do O Globo, após a enxurrada de informações sobre as investigações da PF, havia um consenso: a operação de ontem foi o início do fim da possibilidade de Ramagem ser prefeito. Simplesmente porque ele será abatido antes de ser lançado oficialmente candidato. A possibilidade de Ramagem vir a ser preso nos próximos meses atravessa boa parte das conversas dos bolsonaristas.
Ninguém, no entanto, admitirá nada disso publicamente. Não é a hora. A palavra de ordem do momento é “perseguição”. A estratégia do momento é a vitimização.