Conforme a coluna Satélite do jornal Correio, integrante da tropa do presidente Jair Bolsonaro na CPI da Covid, o senador cearense Eduardo Girão (Podemos) apresentou um requerimento em que solicita a transferência dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático de Bruno Dauster, ex-secretário da Casa Civil no governo Rui Costa (PT). Ao justificar o pedido, o parlamentar alega que uma das prerrogativas da comissão é investigar o uso de verbas federais repassadas aos estados para combater a pandemia e destaca indícios de irregularidade na compra de 300 respiradores pelo governo da Bahia. O caso ganhou visibilidade nacional e levou à queda de Dauster, exonerado em 5 de junho de 2020.
O requerimento faz parte da tática adotada pelos senadores bolsonaristas na CPI, cujo foco é atacar governos estaduais comandados por adversários políticos, na tentativa de desviar a atenção de denúncias contra o Palácio do Planalto investigadas pelo colegiado. Como o bloco governista é minoria na comissão, o pedido de Girão sequer deve ser apreciado.
A ofensiva encabeçada por Eduardo Girão na CPI é a mais recente de uma série de iniciativas semelhantes. Em abril e maio deste ano, ele e outro aliado do presidente na comissão, o senador Marcos Rogério (DEM-RO), apresentaram requerimentos para que Bruno Dauster e o governador Rui Costa fossem convocados a depor. Todos também hibernam há meses na pauta da CPI.