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quarta-feira 21 de agosto de 2024 às 17:00h

Bolsa sustenta movimento de alta, e Ibovespa renova recorde pelo 3º dia seguido

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O Ibovespa voltou, pelo terceiro pregão consecutivo, a renovar sua máxima de fechamento. Nesta quarta-feira, o principal índice da Bolsa de São Paulo, a B3, encerrou o dia em alta de 0,30%, aos 136.496 pontos, em número preliminar.

Durante as negociações do pregão de hoje, o indicador agregado das principais ações chegou a superar os 137 mil pontos.

Para analistas, os recordes seguidos refletem o maior apetite a risco global. Com a previsão de corte de juros nos EUA em setembro, o rendimento dos títulos públicos por lá tende a ficar menor. Com isso, os investidores tiram suas aplicações da maior economia do mundo e buscam, em todo o globo, ativos que possam dar maiores retornos, como ações em economias emergentes.

— Os juros nos EUA vão dando sinais de que vão arrefecer, e o fluxo de capital vem. O Brasil é o que tinha, no mundo, a Bolsa mais “descontada”. E o fluxo de capital faz a bolsa subir — diz Gabriel Meira, especialista da Valor Investimentos, referindo-se à avaliação de que os papéis na B3 estão com preços baixos.

Em relatório, o BTG Pactual afirma que as ações brasileiras estão “baratas”, indicando que há atratividade na renda variável do país.

“Estamos agora vendo as ações brasileiras, incluindo Petrobras e Vale, sendo negociado a um preço/lucro futuro de 12 meses de 8,5x, em comparação com uma média histórica de 10,7x”, diz o documento assinado pela equipe do analista Carlos Sequeira.

O preço/lucro é uma medida vista pelos agentes de perto, e divide o valor de mercado das empresas sobre o lucro esperado.

Com peso no índice, Vale e siderúrgicas terminaram o dia em alta. O setor reagia à alta do minério de ferro nas bolsas asiáticas. Em Cingapura, o contrato futuro da commodity subiu 3,2% nesta quarta, para US$ 98,45 a tonelada, depois de afundar 9% na semana passada e atingir o menor valor desde 2022.

Ata do Fomc ajudou

Divulgada às 15h desta quarta-feira, a ata do Fomc, o comitê de política monetária dos EUA, mostrou que alguns membros sinalizaram haver “cases plausíveis” para cortar os juros ainda em 31 de julho, na última reunião.

“Vários membros observaram que o progresso recente na inflação e os aumentos na taxa de desemprego forneceram um case plausível para reduzir a meta em 25 pontos-base nesta reunião ou que eles poderiam ter apoiado tal decisão. A vasta maioria observou que, se os dados continuassem a chegar conforme o esperado, provavelmente seria apropriado flexibilizar a política na próxima reunião”.

A ata destacou um senso emergente entre os membros de que os riscos para atingir suas metas de inflação e emprego são agora quase iguais, mesmo que a taxa básica esteja no maior patamar em duas décadas.

Dólar tem leve queda

O dólar, que subia até a divulgação da ata do Fomc e operava às 15h aos R$ 5,50, começou a recuar no meio da tarde e terminou o dia cotado a R$ 5,48, em ligeira queda de 0,07%.

Para Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, tanto a ata quanto a revisão do número de empregos gerados nos EUA ampliaram a leitura de que haverá corte de juros nos EUA dentro de um mês:

— Hoje a ata e a revisão do número de mercado de trabalho reforçaram a visão de enfraquecimento do trabalho americano sem que haja recessão. E a ata confirma que os cortes vão começar na reunião que vem. A grande questão é qual será o tamanho do corte, se de 0,25 p.p. ou 0,5 p.p. — diz, se referindo à revisão do chamado payroll.

Mais cedo, uma revisão mostrou que a economia americana gerou 818 mil empregos a menos entre março de 2023 e março de 2024, um número menor do que a expectativa de agentes, que esperavam uma revisão de até um milhão de vagas.

A pesquisa FedWatch, do CME, que concatena a probabilidade da nova taxa básica nos EUA, define em 63,5% a expectativa de corte de 0,25 ponto percentual, para a banda entre 5% e 5,25%, na próxima reunião, em setembro.

Por que a taxa americana importa

A taxa de juros dos EUA é um importante balizador do mercado financeiro de todo o mundo. Ela é capaz de atrair o apetite de investidores, que escolhem investir nos títulos americanos, as treasuries, que são considerados os investimentos mais seguros do mundo.

Como a taxa básica dos EUA no atual patamar, entre 5,25% e 5,5% — o maior nível desde 2001 —, ela se torna mais atraente, “sugando” capitais que poderiam ser aplicados nos mercados de outros países. Fora dos EUA, os investimentos até podem oferecer retornos maiores, só que com maior risco. E aí o investidor pensa duas vezes entre optar por segurança e obter lucros maiores.

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