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terça-feira 17 de dezembro de 2024 às 10:14h

Bolsa de apostas para a reforma ministerial de Lula tem trocas no Planalto e na Saúde

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Enquanto o presidente Lula da Silva (PT) se recupera de uma cirurgia na cabeça no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, a bolsa de apostas em torno da reforma no primeiro escalão do governo tem movimentado os bastidores de Brasília e alimentado a fritura de alguns integrantes do primeiro escalão.

Por ora, apenas a saída de Paulo Pimenta da Secretaria de Comunicação Social da Presidência é dada como fato consumado em Brasília, mas outros ministérios segundo Malu Gaspar, do O Globo, devem passar por substituições no ano que vem – provavelmente a partir de fevereiro, após as eleições na presidência da Câmara e do Senado Federal, que devem mais uma vez alterar a correlação de forças no Congresso e na base aliada de Lula.

A troca na Secom deve desencadear outras mudanças, especialmente entre ministros que despacham ao lado de Lula no Palácio do Planalto. É em torno dessas cadeiras que gira a maior parte das especulações.

Isso porque uma das principais queixas de parlamentares do Centrão e até mesmo da base lulista ao longo dos dois primeiros anos de governo tem sido direcionada aos ministros palacianos, que despacham no Palácio do Planalto e cuidam de pontos sensíveis da máquina petista, como a articulação política com o Congresso e a relação com movimentos sociais, um dos pilares da sustentação de apoio ao presidente.

Depois de Pimenta, que tem como provável substituto o marqueteiro de campanha do presidente, Sidônio Palmeira, uma das trocas que está em quase todas as apostas em Brasília se daria na Secretaria de Relações Institucionais, responsável pela articulação política do governo, que hoje é ocupada por Alexandre Padilha.

Muito criticada no Congresso – o presidente da Câmara, Arthur Lira, se recusa a conversar com Padilha –, principalmente pela demora na liberação de emendas parlamentares, a articulação política pode ir para o atual ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), que é deputado federal e integra o Centrão.

Nesse caso, Padilha poderia ir para a Saúde, que já comandou durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff, e que tem um dos maiores orçamentos da Esplanada – o orçamento previsto para a pasta no ano que vem é de R$ 241,6 bilhões.

Médico, ele entraria no lugar de Nísia Trindade, que também tem sido alvo de uma série de queixas no Congresso – e dentro do próprio governo – pelos poucos resultados positivos em uma gestão marcada pelo desperdício de milhões de vacinas e pela alta histórica no número de casos de dengue.

Conforme reportagem do GLOBO, o governo federal deixou vencer 58,7 milhões de imunizantes desde a posse de Lula como presidente em 2023. A perda dos lotes representa um gasto de R$ 1,75 bilhão aos cofres públicos, um recorde desde os quatro anos do segundo mandato de Lula, quando o prejuízo acumulado foi de R$ 1,96 bilhão.

Outro possível posto para Padilha seria a Secretaria Geral da Presidência, onde hoje está Márcio Macêdo. A principal missão dessa pasta é articular o governo com os movimentos sociais, de que o próprio Lula também já se queixou no passado.

Um dos episódios que marcou a gestão de Macedo foi o ato esvaziado de Lula no último Dia do Trabalhador, em São Paulo, que escancarou a falta de mobilização dos movimentos sociais em favor do presidente. O evento reuniu cerca de 1.635 pessoas, segundo “Monitor do debate político”, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP.

— (Macêdo) é responsável pelo movimento social brasileiro. Não pensem que vai ficar assim. Ontem eu disse para o Márcio que o ato está mal convocado. Não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade de gente que era preciso levar — afirmou Lula na ocasião, ao dar uma bronca pública no subordinado.

Também está cotada para ir para o lugar de Macedo a atual presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que segundo auxiliares Lula pensa em colocar no ministério, entre outros motivos, para antecipar a troca na presidência do próprio partido. Seu candidato é o prefeito de Araraquara, Edinho Silva.

Interlocutores de Lula no PT dizem que Gleisi também poderia ir para o Ministério do Desenvolvimento Social, pasta responsável pelo Bolsa Família comandada pelo ex-governador Wellington Dias, que também vem sendo fritado nos bastidores desde o começo do governo.

Nesse caso, Dias voltaria a ocupar sua cadeira no Senado e algum cargo de liderança na Casa ligado ao governo na Casa.

Fora do círculo petista, o ministro da Justiça. Ricardo Lewandowski, é outro cujo destino tem sido motivo de uma série de especulações, que ele vê com certa mágoa, conforme informou o blog.

Para seu lugar iria o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, (PSD-MG), que deixa o comando da Casa em fevereiro do ano que vem e até já abriu mão de ocupar a Comissão de Constituição e Justiça, como é tradição entre ex-presidentes.

Em entrevista à CNN Brasil no último dia 9, Pacheco disse que “são somente especulações” a possibilidade de assumir o controle de um ministério no governo Lula.

Outra possibilidade seria Pacheco assumir o lugar com o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, que também é do PSD. O partido de Gilberto Kassab tem outros dois ministérios além de Minas e Energia, Agricultura e Pesca. Mas seus líderes já mandaram recado a Lula de que, depois de se tornar a legenda que mais elegeu prefeitos em 2024, vão reivindicar a troca do ministério da Pesca por outro com maior orçamento e importância.

O União Brasil, que também tem três ministros — Turismo, Comunicações e e Integração e Desenvolvimento Regional – também gostaria de assumir pastas mais relevantes. Mas nesse caso a aposta mais comum no entorno do presidente é de que vão ficar apenas na vontade.

Na última troca de ministros que Lula fez, em julho de 2023, Celso Sabino foi nomeado ministro do Turismo em um movimento para atrair o Centrão para a base de Lula e aumentar a fidelidade do partido, que tem 59 deputados, em algumas votações. Mas isso não aconteceu. Até hoje o União vota dividido em muitos temas importantes para o governo.

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