A sessão ordinária desta segunda-feira (6), na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), repercutiu o ato realizado na capital baiana contra o bloqueio de R$ 37,3 milhões em verbas da Universidade Federal da Bahia (Ufba), anunciado na última semana pelo Ministério da Educação (MEC). A manifestação, ocorrida pela manhã, mobilizou a comunidade acadêmica – estudantes, professores e técnicos da universidade – e outros segmentos da sociedade.
Hilton Coelho (Psol) iniciou o pequeno expediente da sessão chamando a atenção para o ato, que se concentrou na Faculdade de Educação e seguiu em caminhada até a reitoria da instituição. O legislador afirmou que o corte feito pelo MEC inviabiliza o funcionamento das universidades federais a partir do segundo semestre. “As universidades públicas produzem 95% das pesquisas feitas no Brasil”, frisou o parlamentar em sua fala.
A deputada Olívia Santana (PC do B) informou que protocolou na Casa um pedido de sessão especial em defesa das universidades federais públicas, gratuitas e de qualidade. “Mais de três mil pessoas saíram em marcha pela universidade e contra o corte de verbas. É inadmissível o que está acontecendo como política de governo. Esse corte de 30% significa menos R$ 230 milhões no orçamento da Ufba”, afirmou a parlamentar, acrescentando que a medida alcança também as universidades federais do Recôncavo (UFRB), do Oeste (Ufob) e do Sul da Bahia (UFSB).
O deputado Jacó (PT) associou-se aos discursos em defesa da Ufba. “Essa medida vai cortar a assistência estudantil, um auxílio para os quilombolas, indígenas, aqueles e aquelas que mais precisam. Isso pode levar a uma universidade composta por brancos e ricos, o que aumenta a exclusão social no nosso país”, alertou o petista.
Adolfo Menezes (PSD) também fez coro em prol das instituições e contra os cortes de verbas anunciado pelo Governo Federal: “A Educação é o principal ministério de qualquer governo. Entra um ministro e, como uma das primeiras medidas, por ideologia, corta de cara 30 % dos recursos das universidades federais”, ressaltou o pessedista, mostrando-se ainda preocupado com o cenário econômico do Brasil.
O deputado Robinson Almeida (PT) destacou que esteve também no ato em apoio à Ufba, ao lado de outras lideranças políticas. “Querem parar a Ufba, acabar com a vigilância, com a limpeza, com o funcionamento da universidade, que não terá condição de prosseguir com a sua pesquisa e suas atividades acadêmicas”, listou Almeida.
Jusmari Oliveira (PSD) registrou que o corte dos investimentos nas universidades federais foi veementemente criticado em encontro do seu partido, nesta manhã, em Salvador: “Fizemos ali um grande momento de reflexão, todos externando o repúdio com essa atitude vil e irresponsável do Governo Federal. Ninguém pode medir ainda as consequências, nesse momento, da retirada dos recursos de nossas universidades, especialmente da Ufba”.
Já o deputado Tom Araújo (DEM) pediu ao Governo do Estado a recuperação de estradas na Região do Sisal, mais precisamente em trechos de Conceição do Coité até Valente e deste município até Santaluz, e também entre Queimadas e Cansanção.