O deputado federal Luciano Bivar, presidente nacional do União Brasil, partido oriundo da fusão entre PSL e o DEM, afirmou hoje que conversas com o MDB para uma eventual federação partidária estão bem adiantadas. A declaração do político ocorreu nesta última terça-feira (8), durante entrevista à CNN Brasil.
Já está bem avançado com o MDB… O MDB já está consultando as suas bases. Assim como União Brasil. Não chegou a esse estágio com outros partidos. Mas União Brasil e MDB, por si só, já darão uma grande força e uma representatividade significativa no novo Congresso Nacional.
As federações partidárias, criadas por lei em setembro, permitem a união entre partidos políticos e têm natureza permanente — devem durar pelo menos os quatro anos do mandato. Se alguma sigla deixar a federação antes do prazo, sofre punições, tais como a proibição de utilização dos recursos do Fundo Partidário pelo período remanescente.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) aprovou hoje, por unanimidade, a criação do União Brasil. A formação da nova legenda, que terá o número de urna 44, significa o surgimento da maior bancada do Congresso, com 81 deputados e 7 senadores. Boa parte deles, porém, deverá deixar a sigla em março.
A fusão unifica duas legendas que receberam juntas, no ano passado, R$ 147,5 milhões do fundo partidário, mais do que qualquer sigla. Além deste recurso, que é anual, o União Brasil também levará a maior fatia do fundo eleitoral. O dinheiro será distribuído em junho e prevê hoje um total de R$ 4,9 bilhões aos 33 partidos ativos no país.
Nascido de um acordo fechado no final de setembro, o União Brasil é cortejado para apoiar a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas parte das lideranças defende uma aproximação com o ex-ministro Sergio Moro (Podemos).
A bancada do União Brasil deverá ser reduzida no início de março, com a abertura da janela para troca de partido dos parlamentares. Capitaneada pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), que já confirmou que se filiará ao PL, a ala bolsonarista que estava no PSL deverá deixar a sigla, como fez o presidente no final de 2019.
Chefiado pelo deputado Luciano Bivar (PSL-PE), o PSL tem a maior bancada na Câmara, com 55 deputados, mas o grupo está rachado desde que Bolsonaro rompeu com o grupo, ainda no final de 2019.
A fusão entre as duas legendas deverá, de toda forma, criar uma das maiores forças políticas do Congresso a partir desse ano. Para fazer frente a ela, outras legendas têm articulado a formação das chamadas federações partidárias, criadas por lei no ano passado e que valerão pela primeira vez nas eleições 2022.