sábado 23 de novembro de 2024
Honraria foi proposta pela deputada Cláudia Oliveira (PSD), que elogiou a trajetória do religioso na sessão conduzida pelo presidente Adolfo Menezes Foto: Juliana Andrade/Agência AL-BA
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sexta-feira 1 de março de 2024 às 20:57h

Bispo é homenageado na Assembleia Legislativa da Bahia com a Comenda 2 de Julho

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Referência no acolhimento de povos indígenas e ciganos no Extremo-Sul da Bahia, o bispo diocesano de Eunápolis, dom José Edson Santana, foi homenageado na manhã desta sexta-feira (1º) com a Comenda 2 de Julho, a mais alta honraria concedida pela Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). A sessão, conduzida pelo presidente da Casa, deputado Adolfo Menezes (PSD), foi proposta pela deputada Cláudia Oliveira (PSD) e contou com a presença de deputados, políticos da região e muitos representantes da Igreja Católica.

Em seu discurso na sessão, Cláudia observou que dom José Edson é reconhecido sobretudo pelo grande incentivo à formação de novas pastorais e movimentos. “Através de sua vocação sacerdotal, ele assume a missão pastoral de levar aos ciganos os braços da igreja Católica, fazendo não somente o trabalho de evangelizar, mas incentivando a manutenção de suas tradições culturais e a busca por promover uma maior interação entre estes e a sociedade”, contou a deputada. Atualmente, acrescentou a parlamentar, a Pastoral dos Nômades no Brasil, que tem dom José Edson à frente, atua incansavelmente para que esses povos possam sair das sombras e serem mais acolhidos.

Na sessão, a parlamentar lembrou a trajetória do homenageado – que é bacharel em Teologia pela Universidade Católica de Salvador e em Filosofia pela Faculdade Salesiana – na Igreja Católica. De acordo com ela, o religioso ordenou-se diácono em dezembro de 1977 na Catedral de Santana (Feira de Santana e foi ungido padre em janeiro de 1978 na Igreja Nossa Senhora da Conceição em Antas. Em setembro de 1988, recebe o título de monsenhor em reconhecimento à sua atuação como sacerdote. Em junho de 1996, ele finalmente é nomeado bispo na recém-criada Diocese de Eunápolis. “Constitui a identidade da Diocese de Eunápolis o protagonismo histórico de ser o lugar do início da fé católica no Brasil”, pontuou a parlamentar.

A Diocese abrange oito municípios (Belmonte, Guaratinga, Itabela, Itagimirim, Itapebi, Porto Seguro, Santa Cruz Cabrália e Eunápolis) e tem cerca de 20 mil indígenas vivendo na região. “Figura pública, autoridade eclesial, com trajetória marcada pelo recebimento de vários títulos honoríficos em âmbito internacional e nacional; homem de gestos simples, sorriso largo e coração de um pai amoroso, dom José Edson ao longo desses 27 anos vem contribuindo sobremaneira para o desenvolvimento regional, bem como para o fortalecimento espiritual daqueles que têm o privilégio de tê-lo como Pai na fé”, concluiu ela.

Agradecimento

Ao agradecer a homenagem, dom José Edson “compartilhou” o significado da Comenda 2 de Julho com todos que o ajudaram na missão de humanizar e evangelizar, foco de sua vida. “A sociedade anseia por indivíduos humanizados, generosos, capazes de sentir afeto, empatia, respeito e compaixão”, afirmou o religioso. Dom José Edson lembrou que, desde os primórdios, a sociedade desenvolveu métodos para outorgar títulos, honrarias e privilégios a indivíduos que se sobressaem nos âmbitos militar, político, religioso e social. “Esses reconhecimentos devem servir de estímulo para que nos empenhemos em atender às nossas responsabilidades como cidadãos e cidadãs”. E explicou o que a Comenda 2 de Julho simboliza em sua vida: “Não apenas um reconhecimento, mas principalmente uma responsabilidade de honrar a confiança depositada em mim e no testemunho que devo perpetuar como um valor inseparável de minha essência”.

Em nome dos membros da Diocese de Eunápolis, padre Diego Oliveira também discursou na sessão e manifestou a gratidão de todos ao homenageado pela “dedicação e empenho em tornar possível o progresso não só do ponto de vista religioso, mas também em prol do bem-estar de todos os baianos presentes na Costa do Descobrimento”. Padre Diego lembrou ainda que, em 1996, dom José Edson foi eleito o bispo mais jovem da Bahia e do Brasil e é agora o Decano do Colégio Episcopal da CNBB. “A comunidade nômade, em especial a família cigana, da qual o senhor foi sempre um defensor incansável dos direitos civis e sociais, levantando a voz contra toda forma de injustiça, o reconhece como uma verdadeira inspiração para todos que têm a honra de conhecê-lo e trabalhar ao vosso lado”, completou.

Além dos deputados, participaram da sessão especial o assessor de Relações Institucionais do Estado, Yulo Oiticica; o bispo auxiliar da Arquidiocese de Salvador, dom Dorival Souza Barreto Júnior; a defensora pública Mônica Aragão, o ex-prefeito de Eunápolis, Robério Oliveira; a integrante da Pastoral dos Nômades de Porto Seguro, Edvalda Bispo Santos, dentre outras personalidades.

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