Gustavo Bebianno abriu o jogo sobre sua saída do governo Jair Bolsonaro. Em entrevista à rádio Jovem Pan nesta terça-feira (19), o ex-ministro da Secretaria-Geral da República deixou claro que Carlos Bolsonaro, filho do presidente, foi o grande responsável pela crise que culminou com a exoneração dele.
A manifestação de Bebianno acontece após a revista “Veja” divulgar uma intensa troca de mensagens entre o ex-ministro com o presidente.
“Carlos tem uma agressividade fora do normal. No Rio de Janeiro ele é conhecido como destruidor de reputações. As pessoas têm medo de confrontar. Diversas vezes o Carlos me agrediu, direta ou indiretamente, ele usa muitas vezes o perfil de outras pessoas para fazer”, disse Bebianno.
“Carlos não mede as consequências de seus fatos. Como você vai a público e chama uma pessoa de mentirosa?”, questionou o agora ex-ministro.
“A Folha [o jornal ‘Folha de S. Paulo] vive produzindo matérias contra a família Bolsonaro. Como a família Bolsonaro rebate? Fake news. Em nenhum momento se entra no mérito da matéria. No meu caso, o que foi feito quando a Folha fez a matéria? Fui julgado”, acrescentou o ex-ministro, que disse ainda respeitar Jair Bolsonaro.
“Continua sendo o meu presidente. Tem meu respeito, meu afeto e meu amor. Mas como ser humano, não é perfeito”, afirmou, reforçando que o filho Carlos é o grande problema do pai.
“(Carlos) fez macumba psicológica na cabeça do pai”, acrescentou.
“Eu fui demitido pelo Carlos Bolsonaro”, afirmou.
Sobre o caso envolvendo laranjas, Bebianno disse que tem plena confiança no atual presidente do PSL, Luciano Bivar: “Não me pareceu desde o início que Bivar tenha atuado em benefício próprio”, disse, destacando ainda que Bivar é “bem-sucedido” e que não tentaria uma manobra em uma candidatura “tão visível quanto foi a do atual presidente”. “Eu confio no deputado e acredito que tenha agido de acordo com a lei”.