Vista com restrição por setores mais à esquerda, a entrada do PP e do Republicanos na Esplanada dos Ministérios tem como principal objetivo permitir que o governo tenha base suficiente na Câmara para aprovar Propostas de Emenda à Constituição – as chamadas PECs.
A aprovação desse tipo de medida exige um quórum favorável de três quintos na Câmara, ou seja, 308 votos. Atualmente, o governo não tem apoio suficiente para isso.
Com a entrada de PP e Republicanos, o número de deputados em partidos da base chegará a 374. Mas, claro, os partidos têm dissidências não importando quantos cargos ocupem.
No caso do União Brasil, por exemplo, Kim Kataguiri (SP), Rosângela Moro (SP) e Mendonça Filho (PE) são declaradamente oposicionistas.
Interlocutores do governo fazem uma conta otimista de que, com a entrada dos novos partidos, a base real do governo pode chegar a 350 nomes. Já a conta mais conservadora aponta 315 votos.
A base sólida do governo, que reúne partidos como PT, PDT, PSB e PSOL, tem cerca de 130 deputados. As lideranças calculam que PSD e MDB entregam, nos piores cenários, 35 votos, em média. O União Brasil 30 votos.
E PP e Republicanos, que tentam respectivamente emplacar André Fufuca (MA) e Silvio Costa Filho (PE) em ministérios, responderiam por 28 votos cada.
A conta leva em consideração ainda 20 dos 99 votos do PL, de parlamentares mais ligados à base do governo, especialmente do Nordeste. Alguns com indicações em cargos regionais.
As negociações para a entrada dos dois partidos nos ministérios continua em andamento. O Planalto já tem os nomes e aguarda agora o fim do xadrez, para indicar pastas que essas siglas aceitem ocupar.