Luís Roberto Barroso chamou o voto impresso nesta sexta (14) de “um custo, um risco e uma inutilidade”.
“Eu apenas procuro demonstrar como o conteúdo dessa emenda constitucional fará mal à democracia brasileira, pelas razões que eu procurei expor: um custo que a essa altura será de mais de R$ 2 bilhões para conseguir instrumentalizar as urnas com impressoras, numa licitação complexa; nós teríamos o perigo que o Supremo já identificou e por isso declarou inconstitucional da quebra do sigilo do voto. Nós temos a situação que a única experiência com o voto impresso, em 2002, em 6% das urnas, provou-se extremamente negativa, com o aumento de votos em branco, aumento dos votos nulos, aumento das filas, impressoras emperrando”, disse o presidente do TSE, em evento sobre as urnas eletrônicas.
“O voto impresso será inútil para quem queira fazer um discurso de fraude. Porque nos Estados Unidos, que é o espelho, havia voto impresso, e boa parte das pessoas que defende o voto impresso no Brasil afirma que a votação nos Estados Unidos foi fraudada. Portanto, vai ser um custo, um risco e uma inutilidade, porque eles vão continuar achando a mesma coisa”.
Barroso fez a ressalva de que o TSE vai implementar o voto impresso, se aprovado pelo Congresso e tiver aval do STF – do qual ele também faz parte.