terça-feira 28 de janeiro de 2025
Foto: Reprodução/Live
Home / JUSTIÇA / Barroso prorroga ADPF que suspende despejos e desocupações durante a pandemia
quinta-feira 30 de junho de 2022 às 12:36h

Barroso prorroga ADPF que suspende despejos e desocupações durante a pandemia

JUSTIÇA, NOTÍCIAS


Brasília, 30 de junho de 2022 – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Roberto Barroso prorrogou até o dia 31 de outubro a ADPF 828, que suspende despejos e desocupações durante a pandemia. A prorrogação anterior era válida até o dia 30 de junho. A decisão afeta 142.385 mil famílias em todo o país, segundo a Campanha Nacional Despejo Zero. Barroso aponta a necessidade da prorrogação pela alta no número de infecções e óbitos pela COVID-19.

“Após um período de queda nos números da pandemia, este mês houve nova tendência e alta. Em 28.06.2022, a média móvel registrou 198 mortes diárias, tendo-se verificado alguns dias com mais de 300 mortes por Covid-19 na última semana. Entre 19 e 25.06.2022, o Brasil teve a semana epidemiológica com mais casos desde fevereiro, com 368.457 infecções pela doença em todo o território nacional”.

Na decisão, Barroso determina que os governos Federal, Estaduais e Municipais se abstenham de qualquer ato que viole “a saúde pública, o direito à moradia, o direito à educação, os direitos da infância e da adolescência, bem como o direito à cidade diante do cenário social e econômico atual.

O ministro também determina que os governos promovam o levantamento das famílias existentes, a fim de garantir moradia digna, resguardando a unidade familiar, para mitigar e resolver os problemas referentes às crianças e aos adolescentes que vivem em ocupações; que se criem Planos Emergenciais de Moradias Populares em caráter provisório, com estruturas sanitárias e de fácil acesso aos aparelhos urbanos, para garantir a subsistência das famílias, devendo garantir o amplo debate para com as famílias, bem como a participação social, nos moldes do Estatuto da Cidade, com envio ao STF para conhecimento e controle; e que sejam criadas, em no máximo 60 (sessenta) dias Políticas Públicas de moradias populares em caráter Permanente, com o devido debate com a sociedade, buscando resguardar a ampla participação social das tomadas de decisões com poder de veto popular, sob pena de nulidade dos atos administrativos;

Com a prorrogação, cerca de meio milhão de pessoas ficam protegidas do risco de perderem o teto. Entre elas, 97.391 são crianças e 95,1 mil idosas. Tudo isso em um contexto em que seis a cada 10 famílias no Brasil não têm acesso pleno à comida e, muitas vezes, precisam escolher entre comer e ter um teto.

“Prorrogar essa ADPF não é apenas um gesto humanitário, mas um ato de proteção da vida dos inúmeros brasileiros que foram, e estão sendo, a cada dia, esquecidos por aqueles que deveriam zelar pela vida e dignidade. A decisão do Ministro Barroso é uma importante ferramenta para que mais de 560 mil pessoas sejam protegidas contra os despejos, em meio a uma pandemia que não acabou, à fome crescente, preços de comida nas alturas e uma crise que não se resolverá rapidamente”, afirma Benedito Roberto Barbosa, advogado popular da Campanha Despejo Zero

Na última quarta-feira, a Campanha Nacional Despejo Zero estimulou um twittaço nas redes sociais, e a #BrasilPorDespejoZero ficou entre os assuntos mais comentados do twitter.

Veja também

Lançamento de martelo mata torcedor em competição de atletismo juvenil nos EUA

Um lançamento de martelo matou um torcedor durante uma competição de atletismo juvenil no domingo (26), em …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!