Desde que chegou ao comando do Surpemo Tribunal Federal (STF), em 2023, o presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, colocou como uma de suas metas a pacificação do país. Nesta última segunda-feira (9), ao falar do tema em um encontro com jornalistas, ele reconheceu conforme registra Robson Bonin, da Radar, que a questão ainda é um sonho distante.
Barroso destacou a retomada da normalidade institucional no Brasil — depois dos conturbados anos de mandato de Jair Bolsonaro no Planalto –, mas reconheceu que o avanço dos inquéritos contra o bolsonarismo no STF acabaram alimentando o clima de divisão nacional.
“A pacificação plena é evitada hoje por causa dos inquéritos que envolvem pessoas públicas. Quem está sendo processado não está com espírito pacificador”, disse Barroso.
Ao falar do inquérito das fake news, que já dura cinco anos sem que ninguém no país tenha conhecimento de seu conteúdo, o ministro defendeu o procedimento. “O inquérito foi atípico, mas, olhando em perspectiva, foi necessário e indispensável pata enfrentar o extremismo no Brasil… O inquérito está demorando porque os fatos se multiplicam”, diz Barroso.
Ao avaliar o próximo ano, o último dele como presidente da Corte, o ministro disse esperar um período turbulento, por causa das denúncias que virão da PGR contra o bolsonarismo. “Vamos ter um mar ainda um pouco agitado ao longo do próximo ano”, disse.