A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) enviou uma carta ao presidente Lula (PT), ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB); e ao ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil), solicitando o retorno do horário de verão, suspenso por decreto desde 2019.
De acordo com a entidade, o horário de verão gera impacto direto no faturamento dos bares e restaurantes, com alta estimada de 10% a 15%, conforme informação divulgada pelo G1. A Abrasel ainda argumenta que a medida movimenta a economia de comércio e turismo, porque os turistas poderiam aproveitar melhor os destinos, ao estender suas atividades até mais tarde.
A área técnica do Ministério de Minas e Energia avaliou, no entanto, que não há necessidade de retomar o horário de verão em 2023. Entretanto, uma eventual tomada de decisão não cabe à pasta.
A avaliação é que a situação dos reservatórios e a oferta de fontes renováveis são suficientes para garantir o fornecimento de energia. Além disso, entendem que o comportamento de consumo mudou ao longo do tempo, tornando a medida menos eficaz.
Suspensão no governo Bolsonaro
No governo de Jair Bolsonaro (PL), em 2019, o horário de verão foi suspenso. A medida já era avaliada no governo de Michel Temer (MDB ).
Na ocasião, o governo afirmou que o adiantamento dos relógios em uma hora não tinha “razão de ser aplicado sob o ponto de vista do setor elétrico”, por causa das mudanças no padrão de consumo de energia e de avanços tecnológicos, que alteraram o pico de consumo de energia.
A suspensão do horário de verão resistiu à crise hídrica de 2021. Na época, o governo chegou a estudar a retomada da política, solicitando um parecer do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Histórico
O horário de verão foi instituído pela primeira vez em 1931, no governo de Getúlio Vargas. No entanto, só foi adotado com constância a partir de 1985.
A medida foi criada para aproveitar a iluminação natural durante o verão, quando os dias são mais longos e as noites mais curtas. Assim, haveria economia de energia e redução do risco de apagões.