O Banco da Inglaterra (BoE) decidiu por maioria elevar sua taxa de juros referencial em 0,50 ponto percentual para 5%, a maior desde abril de 2008. Dos 9 membros de seu comitê de política monetária, sete votaram a favor da alta de 0,50 ponto diante de uma inflação persistente, a maior entre os sete países mais ricos do globo.
Divulgada na quarta-feira (21), a inflação de maio no Reino Unido ficou em 8,7%, a mesma de abril, mas com uma alta no núcleo da inflação para 7,1%, a maior leitura em mais de 30 anos, puxada pelo setor de serviços e aumento dos salários, provocado por um mercado de trabalho bastante aquecido.
Em comunicado, o BoE afirma que novas altas poderão acontecer se a inflação der mais sinais de resiliência nos próximos meses. Porém, o cenário-base do banco central britânico é de queda da inflação ao longo do ano.
Apesar disso, o banco informa que a forte alta do rendimento dos títulos do governo britânico – os gilts – desde maio indicam uma taxa de juros de 5,5% no curto prazo, bem acima dos 4% previstos na reunião anterior, realizada em maio. O BoE pondera, em seu comunicado, que o fato da maior parte das taxas hipotecárias britânicas ser pré-fixada vai fazer com que leve algum tempo para que os efeitos da alta nos juros seja sentida.
O banco central britânico também projetou estagnação econômica para o segundo trimestre desde ano e pequeno crescimento no terceiro trimestre.