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Haddad durante reunião com a equipe na tradicional sala do Conselho Monetário Nacional, no prédio do Ministério da Fazenda. Foto: Washington Costa/Ascom/MF
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quarta-feira 1 de novembro de 2023 às 18:40h

Banco Central faz terceiro corte consecutivo de 0,5 na taxa Selic, que fica em 12,25% ao ano

DESTAQUE, NOTÍCIAS


O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu reduzir em 0,5 a Selic, taxa básica de juros da economia brasileira. Com isso, a Selic passa a ser de 12,25% ao ano. O anúncio foi feito no final da tarde desta quarta-feira, 1º, após reunião do comitê.

Esse é o terceiro corte consecutivo de 0,50 ponto percentual da taxa básica, depois que o BC afrouxou sua política monetária no início do mês passado pela primeira vez em três anos, numa decisão atipicamente dividida, citando melhora do quadro inflacionário e “reancoragem parcial” nas expectativas de alta dos preços.

Em nota, o Copom ainda sinalizou a abertura para novos cortes da Selic. “Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”.

No comunicado, o órgão acrescenta que, ao considerar a evolução do processo de desinflação, entendeu que a redução é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e o de 2025.

“Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, pontua.

Projeções do mercado

De acordo com a mais recente pesquisa semanal Focus, publicada na segunda-feira, 31, pelo BC, os economistas calculam a Selic em 11,75% para este ano. Já para 2024, passaram a calcular a taxa em 9,25% ao final do próximo ano, contra 9% estimados anteriormente.

O mercado ainda vê agora alta de 4,63% dos preços ao consumidor brasileiro em 2023, contra taxa de 4,65% estimada no boletim anterior.

O ajuste veio após dados da semana passada mostrarem que o IPCA-15, considerado prévia da inflação oficial, desacelerou ligeiramente a alta em outubro, com nova deflação dos alimentos. Para o ano que vem, o Focus passou a prever inflação de 3,90%, frente a 3,87% na semana passada.

O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024, 2025 e 2026 é de 3%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

O que é a Selic

A Selic é a referência para todas as taxas de juros do mercado brasileiro, definida pelo Copom, composto pelo presidente e diretores do Banco Central. Ela é o principal instrumento de política monetária utilizada para controlar a inflação.

Quando os juros sobem, os financiamentos, empréstimos e pagamentos com cartão se tornam mais caros, o que desencoraja o consumo e, por consequência, estimula a queda na inflação. Por outro lado, se a inflação está baixa e o BC reduz os juros, isso torna os empréstimos mais baratos e incentiva o consumo.

Como a Selic é definida

O Banco Central avalia as condições da inflação, da atividade econômica, das contas públicas e o cenário externo para definir o que fazer com a Selic, sempre com o objetivo de manter a inflação dentro da meta.

Essa é uma prática comum em governos e autoridades monetárias. O Federal Reserve (Fed) define os juros básicos da economia americana e o Banco Central Europeu faz o mesmo com os juros dos países da zona do euro.

Meta de inflação

O objetivo do Copom é manter a inflação brasileira dentro da chamada meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que determina a meta de três anos à frente, visando uma inflação previsível, estável e baixa, que possa ajudar a economia brasileira a crescer.

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