sábado 21 de dezembro de 2024
Hugo Motta em jantar com a bancada evangélica — Foto: Reprodução/Instagram
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quarta-feira 13 de novembro de 2024 às 07:17h

Bancada evangélica declara apoio a Hugo Motta na disputa pelo comando da Câmara

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A Frente Parlamentar Evangélica anunciou nesta última terça-feira (12) o apoio ao líder do Republicanos, Hugo Motta (Republicanos-PB), como candidato a presidente da Câmara. A decisão acontece em meio à possibilidade de a Casa aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que amplia a imunidade tributária para templos religiosos. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é um padrinho da candidatura de Motta e articula a aprovação da PEC para essa semana. O grupo religioso tem 219 deputados.

— Com a nossa deferência, com o nosso apoio, com o nosso diálogo permanente, (vamos trabalhar para) que as pautas de interesse da Frente (Evangélica) possam ter prioridade em uma futura gestão nossa à frente da Câmara dos Deputados — disse Motta durante o jantar com o grupo parlamentar.

O jantar contou com a participação de Motta, de Lira e do coordenador da bancada evangélica, Silas Câmara (Republicanos-PB). O senador Carlos Viana (Podemos-MG), que coordena a bancada evangélica do Senado, também esteve presente.

No mesmo evento, Hugo Motta também disse que “tem certeza” que irá conseguir apoio de mais partidos.

Ele já tem uma aliança com PL, PT-PCdoB-PV, PP, Republicanos, MDB, PDT, PSDB-Cidadania, PSB, Podemos, Solidariedade, PRD e Rede. Esses partidos somam 385 deputados, mais que o suficiente para ser eleito em primeiro turno.

Por outro lado, PSD, que lançou Antônio Brito como candidato e União Brasil, que chegou a apresentar Elmar Nascimento como opção, ainda negociam com Motta os espaços que as legendas terão em uma eventual gestão de Motta.

O União Brasil se reuniu nesta terça-feira, mas Elmar se limitou a dizer que a “eleição é apenas em fevereiro”. Já a bancada do PSD vai se reunir amanhã para debater os cenários.

— Temos certeza que vamos avançar com mais alguns partidos, respeitando a todos, mas na certeza que a nossa candidatura é a convergência. Ao final será a candidatura que melhor oferecerá as propostas para a Câmara dos Deputados.

Perguntado sobre a possibilidade de, caso seja eleito, avançar um o projeto de lei que regulamenta as redes sociais, Motta evitou se comprometer com o tema e disse que quem define a possibilidade de votação não é o presidente da Câmara, mas a maioria dos deputados.

— Essa é uma pauta que não está agora no campo da discussão da eleição. A presidência da Câmara é uma eleição administrativa, os partidos ali estarão representados nas funções da Casa, é isso que está mais sendo discutido. A pauta não é feita única e exclusivamente pelo presidente, ela é feita pelas construção dos acordos que a Casa conseguir, vamos sempre respeitar a maioria.

Na mesma linha, o deputado Silas Câmara (Republicanos-AM), coordenador da bancada evangélica, disse que não chegou a conversar com Motta sobre uma lista de demandas que o grupo deseja que avance na Câmara. Silas disse que não chegou a falar com o líder do Republicanos sobre projetos que dificultam a realização do aborto nos casos hoje previstos em lei. Na mesma linha de Motta, o coordenador da bancada religiosa disse que quem define a condição de votação de projetos é a maioria dos deputados.

Motta tem o apoio de partidos de esquerda, como PT, PSB, PDT e Rede, mas ao mesmo tempo tem uma aliança com o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro. Para não desagradar nenhum lado, o candidato tem buscado se equilibrar entre os interesses divergentes desses partidos.

— Todos conhecem nossas bandeiras, nós somos contra o aborto e obviamente que vamos lutar com as armas do parlamento e com o voto direto que os brasileiros nos dão direito no Congresso Nacional. Temos essa ferramenta em mãos, o presidente é consequência, tanto na pauta como na tramitação, do conjunto da Casa. O que queremos é respeito ao comportamento da Casa — declarou Silas Câmara.

Silas disse que a bancada chegou a “um denominador” com Motta.

— Essa reunião aqui hoje, que a diretoria da Frente teve com o futuro presidente Hugo Motta, foi justamente para debater esse roteiro, chegamos a um denominador, nós temos convicção de que a convivência será boa.

O deputado evangélico também elogiou a gestão de Lira e disse que Motta precisa agir na mesma linha que ele em relação ao relacionamento com o grupo.

— Nós só debatemos roteiros e procedimentos, também obviamente bandeiras que a gente tem na Frente como pontos importantes e que nesse contexto, até porque o presidente Arthur nesses quatro anos tem conduzido a Casa de forma que esses pontos são debatidos exaustivamente.

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