A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados pedirá uma punição ao secretário especial de Cultura, Mario Frias, por improbidade administrativa. O ex-ator utilizou a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) para criticar uma sátira do comediante Marcelo Adnet a uma campanha, estrelada pelo integrante do governo Bolsonaro, sobre “heróis brasileiros”.
A punição foi anunciada pela deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), no Twitter, ao parabenizar Adnet por seu aniversário, no último sábado (5). No mesmo dia, o comediante da Globo sofreu ataques de Mario Frias e do governo federal nas redes sociais.
“Feliz aniversário ao sensacional e talentoso Marcelo Adnet! Aproveito também para me solidarizar com o ataque que sofreu do secretário de cultura. PSOL fará representação contra o secretário. Além de ofensivo, incorreu em improbidade por utilizar a estrutura da Secom”, escreveu a parlamentar.
Na gravação original, publicada pela Secom na última quinta, Mario Frias aparece andando pelo Museu do Senado, em Brasília, em meio a uma trilha sonora apoteótica e com um discurso nacionalista. O ator diz que tem o objetivo de contar a história dos brasileiros e aparece observando obras de arte e peças históricas que não são identificadas pela produção.
Já na imitação feita por Adnet, Frias aparece perdido sem conhecer nenhum dos símbolos da identidade do povo brasileiro que vão surgindo nas imagens. “Descobriremos juntos, como heróis que somos, o que significa cada um desses símbolos da nossa cultura”, diz o personagem da esquete.
A paródia foi feita dentro do quadro “Sinta-se em casa”, em que o humorista imita diversos personagens. A esquete é parte de uma versão humorística do “Arquivo confidencial”, do “Domingão do Faustão”, em que o convidado é o presidente Jair Bolsonaro. Também aparecem no vídeo imitações do advogado Frederick Wassef e Fabrício Queiroz.
Mario Frias xingou Adnet em seu Instagram. “Garoto frouxo e sem futuro”, “palhaço decadente” e “bobão” foram algumas das expressões usadas pelo secretário especial de Cultura contra seu ex-colega de Globo.
Em uma série de tweets, a Secom criticou o humorista por “parodiar o bem” e afirmou que Adnet compõe uma “ínfima e desprezível minoria”.
O perfil da secretaria, que seria extinta e integrada ao Ministério das Comunicações, ainda distorceu o conteúdo da sátira ao acusar o comediante de cometer maldade contra “um morador de rua que salvou uma desconhecida ou uma professora que morreu queimada para salvar dezenas de crianças”, exemplos citados no vídeo real.
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