O ex-deputado federal Jean Wyllys declarou que o governo Lula (PT) se tornou “de centro-direita” e sugeriu que o presidente, em vez de buscar a reeleição em 2026, atue como “cabo eleitoral” para uma candidatura da ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB).
“É hora de o PT sair do protagonismo e vir para a retaguarda, se tornar coadjuvante e apostar no nome de Simone Tebet”, afirmou Wyllys em entrevista ao videocast Futeboteco, na sexta-feira (25).
Wyllys, que é filiado ao PT, também sugeriu que o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, seja o vice em uma chapa liderada por Tebet. “A Simone, muito mais que a Marina [Silva, ministra do Meio Ambiente], dialoga com muito mais setores”, comentou.
Ele defendeu Tebet por ser mulher, destacando a necessidade de uma presidência feminina no século 21. Sobre Silvio Almeida, Wyllys ressaltou seu compromisso com a luta antirracista.
“Lula não deveria se candidatar em 2026. Já deu”, afirmou Jean Wyllys.
Simone Tebet, filiada ao MDB, foi candidata à Presidência em 2022 como uma opção centrista, a chamada “terceira via”, tentando romper a polarização entre Lula e o então presidente Jair Bolsonaro (PL). Ela terminou o primeiro turno na terceira posição, com 4,16% dos votos válidos, e apoiou Lula no segundo turno. Com a vitória de Lula, Tebet foi nomeada ministra do Planejamento.
Wyllys destacou que a vaidade de Lula poderia dificultar o PT a abrir mão de lançar um candidato próprio em 2026. “Lula não gosta de outras lideranças perto dele”, observou.
“Novas lideranças [no PT] não brotaram porque o PT fica no lulismo, e a gente precisa entender que o Lula não é eterno”, disse Wyllys, acrescentando que essa estratégia para 2026 ajudaria a “deixar o país mais coeso” sem excluir os petistas do governo.