Ednaldo Rodrigues foi eleito novo presidente da CBF nesta quarta-feira (23), em eleição de chapa única que contou com participação de clubes das séries A e B e federações. O novo mandatário obteve 137 dos 141 votos possíveis e comandará a entidade até 2026.
— Foram nove meses de injúrias e infâmias. Hoje a democracia venceu. Sofri todo tipo de preconceito. Tive telefone e e-mail violados. Mas procurei resistir. O preconceito por ser do nordeste, baiano, do interior, por ser negro — afirmou ao jornal Extra Ednaldo após a vitória.
O novo mandatário, que já comandava entidade interinamente, falou em dar voz aos clubes e pediu que não haja interferências externas na administração.
— Os clubes e federações disseram não aos preconceitos. Quero pedir que essa entidade seja dos filiados, dos clubes, do futebol brasileiro. E que nenhuma interferência externa possa subjugar esse trabalho, por esse decidido não ao preconceito. Juntos vamos construir um futebol de pureza, transparência. Que os clubes tenham voz e nao só voto. E que as federações possam botar seu nome pela modernidade do futebol brasileiro.
Ednaldo também fez menção à proposta de liga de clubes que vem sendo debatida nos últimos meses. Ele se mostrou favorável.
— Por que o Brasil nunca teve uma liga? Ela vai unir, dar mais condições ao futebol brasileiro — disse ao fim do discurso, aplaudido por presidentes dos clubes.
Todos os clubes da série A marcaram presença e votaram. Da Série B, apenas a Ponte Preta não votou por uma irregularidade na procuração do representante.
O Cruzeiro teve o presidente Sérgio Santos Rodrigues e Gabriel Lima, CEO de Ronaldo na SAF.
Foram 26 votos de Federações. A Alagoana não compareceu. Todos os votos foram na chapa única, com peso 3, totalizando 78.
A eleição teve ainda 20 votos dos clubes da Série A, com peso 2 (total de 40). Mais 19 da dos clubes da Série B, que não tiveram a Ponte Preta, com peso 1.
A eleição teve início nesta quarta-feira, por volta de 11h, após embate entre membros da Comissão Eleitoral e o vice-presidente Gustavo Feijó, que se sentou na cadeira destinada ao futuro mandatário em protesto contra a votação.
Na véspera, a Justiça de Alagoas determinou a suspensão do pleito, mas tudo transcorreu normalmente. A Comissão Eleitoral da CBF alegou que não foi notificada oficialmente pela Justiça e que se baseia no acordo com o Ministério Público homologado pela Justiça do Rio para seguir com o processo.