A possibilidade de o advogado-geral da União, André Mendonça, ser rejeitado pelo Senado na escolha do próximo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) fez segundo a coluna de Bela Megale o procurador-geral da República, Augusto Aras, e outros candidatos ao posto, nutrirem esperanças de que podem ser os eleitos.
A indicação feita pelo presidente têm que ser aprovada pelo Senado. Bolsonaro afirmou a diversos interlocutores que já se decidiu por Mendonça e escalou aliados para aplacar a resistência ao seu nome no Congresso Nacional. O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) e ex-integrante de seu governo, Jorge Oliveira, está entre os convocados para a missão.
Sempre que fala sobre o assunto, Bolsonaro deixa claro que vê a indicação de um evangélico como peça-chave para sua reeleição. André Mendonça é pastor evangélico. Aras aposta, no entanto, que, se o AGU for rejeitado pelo Senado, o presidente se veria livre do compromisso que assumiu de nomear um “terrivelmente evangélico” para a corte. O PGR também acredita que a resistência do senador Davi Alcolumbre a Mendonça tem peso decisivo nesse xadrez. Recentemente, Aras chegou a se queixar diretamente com um ministro por ele estar atuando junto a senadores, para diminuir a resistência a André Mendonça.
A avaliação de quem conhece a dinâmica da Casa é que Aras não deve se animar tanto. Parlamentares acreditam que, quando Bolsonaro formalizar Mendonça como sua indicação, os senadores arrefecerão os ânimos e aprovarão o escolhido. Eles também veem a atuação de Alcolumbre mais como um gesto para Aras do que uma postura consolidada contra Mendonça.
O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, é outro nome que tem mostrado otimismo a aliados. Para ele, se Mendonça for rejeitado e Bolsonaro insistir em um evangélico, ele será a escolha.