Pressionado por evangélicos, Bolsonaro reforçou na última quarta-feira (15) conforme a coluna de Bela Megale no O Globo, sobre a indicação de André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF). Na reunião no Palácio do Planalto, o presidente chegou a chamar o seu indicado à corte para reiterar, na frente de pastores e apóstolos, que é ele o escolhido. Nos bastidores, porém, o trabalho do governo para emplacar Mendonça segue em marcha lenta. Em paralelo, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), responsável por pautar a sabatina do ex-advogado da União no Senado, não deu sinais de que fará o processo de andar.
De olho na vaga, o procurador-geral da República olha esse xadrez de camarote e chega a preparar um nome para substituí-lo no comando do Ministério Público Federal, caso se torne a opção para substituir Mendonça. A pessoa defendida para o posto é a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, que também tem o senador Flávio Bolsonaro como cabo eleitoral.
Próxima ao filho do presidente, Lindôra, que é aliada de Aras na PGR, não esconde dos colegas sua afinidade com o governo Bolsonaro. Um dos episódios citados por pessoas próximas a Aras que mostra a lealdade de Lindôra é a decisão da subprocuradora de recuar em uma denúncia que apresentou contra o presidente da Câmara, Arthur Lira, no ano passado.
Três meses após ter denunciado o deputado por corrupção passiva, Lindôra Araújo voltou atrás. Ela disse que o caso tinha ‘fragilidade probatória’ e pediu ao STF que rejeitasse a denúncia que o próprio órgão havia apresentado. Na ocasião, o deputado já despontava como forte aliado de Bolsonaro.