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segunda-feira 1 de novembro de 2021 às 06:23h

Baía de Todos os Santos completa 520 anos de batismo com nova estrutura turística

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Antes chamada de Kirimurê, a Baía de Todos os Santos (BTS) comemora nesta segunda-feira (1º) o seu 520º aniversário de batismo desde que foi encontrada pelos portugueses, em 1501.

A segunda maior baía navegável do mundo encanta moradores e visitantes com sua biodiversidade, mas também teve seus altos e baixos na pandemia. Hoje, com a diminuição das restrições e o avanço nas obras de infraestrutura, a BTS aos poucos tem voltado a ser devidamente apreciada por quem se aventura por ela, conforme reportagem do jornal A Tarde.

“A Baía de Todos os Santos é uma das mais procuradas para prática de esportes graças às suas águas mornas e belezas naturais. É inegável o quanto ela atrai turistas do mundo inteiro, por isso o projeto da Prodetur é tão importante. O objetivo dele não é atrair visitantes apenas com as intervenções náuticas, mas também na área social, ambiental e cultural, como a recuperação do Museu do Recôncavo Wanderley Pinho em Candeias. Tudo isso para darmos sustentabilidade turística para a Bahia”, contou Maurício Bacellar, secretário de Turismo da Bahia ao jornal.

Um total de 12 diferentes intervenções estão sendo realizadas ao longo de toda a baía. O financiamento veio por meio do Prodetur, Programa Regional de Desenvolvimento do Turismo, que possibilitou a assinatura do convênio entre o governo do Estado e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O investimento é de mais de US$ 50 milhões, só do BID.

“As obras devem estar concluídas em dezembro de 2021 e já estamos, junto a uma consultoria, elaborando uma nova proposta para que possamos firmar um novo contrato com o banco para que assim possamos trazer mais infraestrutura turística para o nosso estado”, explica Bacellar.

Local é espaço de esportes e oportunidade para empreender

A BTS pode até precisar melhorar na infraestrutura, mas beleza natural ela tem de sobra, ainda mais para aqueles que gostam de praticar esportes em suas águas. Proprietário do Nativos Vaa Clube de Canoagem (@nativosvaa), especializado em canoa havaiana, Fábio Mota organiza passeios para diferentes pontos da Baía e criou um evento que, durante 2 dias, dá uma volta de 160km pela Baía: o Desafio da BTS.

“Esse é o único evento feito na BTS que contorna toda Bahia de fato, nenhum evento é feito dessa forma. E agora já estamos a meio caminho de conseguir colocar ele no calendário internacional da Baía de Todos os Santos e isso é muito legal para a gente”, conta. O desafio começa no Porto da Barra, contorna Itaparica, passa pela Ponte do Funil e as ilhas por dentro do canal. Depois de passar a noite em Salinas das Margaridas, o grupo segue para São Francisco do Conde e remam forte até contornar a Ilha de Maré, passando pelo Porto de Aratu até chegar na Praia da Preguiça.

“A BTS pra mim é um lugar mágico, foi onde aconteceram as maiores mudanças da minha vida”, conta o atleta profissional Danilo Anderson Vasconcelos da Silva, proprietário e instrutor da Academia de Sup (@academiadesup), que atualmente possui atletas que conquistam boas posições e vencem competições de Stand Up Paddle (Sup) não só na Bahia, mas em outros estados.

Hoje a Academia se tornou grande e de alto nível, com atletas que sobem mais e mais nos rankings – feminino e masculino -, e apesar da volta tranquila dos clientes com a diminuição das restrições, o atleta se mantém positivo. “Muitas pessoas nos acompanham por saberem que sempre estamos em atividade, tanto nas competições, quanto nas aulas de sup. Porém, o Covid-19 matou muita gente, então temos que respeitar, mas com segurança a galera está voltando aos poucos e tudo vai dando certo”, relata.

O atleta começou a frequentar a BTS vendendo caipirinha com o irmão nas praias, até que foi apresentado ao sup e conheceu a Baía de verdade. “Montei uma marca e fiz algumas travessias para o Forte São Marcelo, Casa Amarela, Gamboa, MAM e por aí vai. Comecei a criar a maior expectativa que minha vida já teve de liberdade, recomeço, produção e vencimento. Hoje estou vencendo na vida e no esporte, tudo isso dentro da Baía de Todos os Santos. Ela virou minha casa, meu amor”, conta.

Fiscalização é precária para a pesca irregular e descarte de lixo

Apesar desse amor que muitos baianos – e turistas -, compartilham pela Baía de Todos os Santos, ela segue sendo maltratada, afirma Moysés Cafezeiro, presidente do Observatório da Baía de Todos os Santos. “Foi a Baía que nos sustentou por mais de 100 anos com a mariscagem, a cana-de-açúcar, a mandioca e tudo o mais. Porém, hoje ela está mal cuidada, pouca fiscalização da pesca predatória, pessoas invadindo as praias para construir barracas, destruindo matagais e jogando lixo no mar. Não sou político, não sou candidato, sou apaixonado pela Baía de Todos os Santos e há 45 anos luto para que ela seja protegida.”, declara Cafezeiro.

Mas esse senso de proteção não pode e não deve vir apenas de órgãos de controle, afirma o promotor de justiça Yuri Mello, coordenador do Centro Operacional às Promotorias do Meio Ambiente (Ceama). “Temos que ter consciência que proteger o meio ambiente é algo que deve partir de todos. O apoio social é essencial. Temos o direito de ter um meio ambiente bem cuidado, mas também o dever de denunciar quando soubermos de alguma infração, seja para a Polícia, ao Ministério Público, Inema ou Ibama”, explica.

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