Pelo menos 18 cidades brasileiras têm mais residências do que habitantes, segundo dados das coordenadas geográficas do Censo 2022 divulgados nesta sexta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De forma geral, os municípios com mais casas do que pessoas são destinações turísticas, que costumam receber mais gente nos fins de semana, feriados e períodos de férias. Ilha Comprida, no litoral de São Paulo, é um deles.
O Estado que mais concentra municípios com essas características é o Rio Grande do Sul. Arroio do Sol, a aproximadamente 170 quilômetros de Porto Alegre, tem 18,9 mil casas para 11,1 mil moradores. Ou seja, são quase duas casas (1,7) para cada habitante. O mesmo acontece em outras cidades gaúchas, como Xangri-lá, Cidreira, Balneário Pinhal, Palmares do Sul e Imbé.
Outras cidades em diferentes Estados que também apresentam mais residências do que habitantes são: Ilha Comprida (SP), Matinhos (PR), Ilha de Itamaracá (PE), Mangaratiba (RJ), Saubara (BA), Jaguaruna (SC), Portal do Paraná (BA) e Vera Cruz (BA).
Os dados foram obtidos a partir das coordenadas geográficas do Censo 2022. Cada coordenada corresponde a um endereço visitado pelos agentes do recenseamento. O País conta com 5.568 municípios.
É a primeira vez que o IBGE capta as coordenadas de todos os domicílios urbanos do País. No Censo Agropecuário de 2017, o IBGE já havia feito esse trabalho na área rural, para os estabelecimentos agropecuários.
As coordenadas vão integrar o Cadastro Nacional para Fins Estatísticos, a base de endereços usadas pelo IBGE para o Censo Demográfico e também para outras pesquisas domiciliares como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) e a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS).
Os dados também podem ser usados para a localizar endereços em áreas de risco, como locais propensos a enchentes, deslizamentos e queimadas, como também na localização de endereços em zonas de planejamento da administração pública e unidades de conservação ambiental.
Do total de endereços coletados no Censo, 81,5% (ou 90,6 milhões) eram domicílios particulares e 104,5 mil (ou 0,1%) eram domicílios coletivos. É possível também observar os tipos de estabelecimentos do País: a maioria deles se enquadrava em outras finalidades, com 11,7 milhões (ou 10,5% do total). Nesse grupo estão as lojas, por exemplo.
Já os estabelecimentos de ensino eram 264,4 mil, os de saúde eram 247,5 mil e os religiosos, 579,8 mil – mais do que a soma de instituições como hospitais e escolas. As edificações em construção, por sua vez, eram 3,5 milhões.