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Daniel Victória, presidente da Bahia Pesca - Foto: Denisse Salazar /AG. A Tarde
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segunda-feira 18 de março de 2024 às 16:05h

Bahia Pesca tem desenvolvido trabalhos capazes de permitir a atração de investidores

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Em entrevista à Tribuna, o presidente da Bahia Pesca, Daniel Victória, destacou os esforços da instituição para promover a participação dos pescadores artesanais. Segundo ele, ao longo do ano, a empresa, vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri), trabalha em colaboração com as entidades representativas dos pescadores, fornecendo suporte na organização dos benefícios sociais e no aprimoramento da produção e comercialização do pescado. Isso inclui a oferta de cursos, eventos e capacitação em pesca e tecnologia do pescado.

Confira a entrevista na íntegra:

Tribuna da Bahia: Quais são as principais expectativas da Bahia Pesca para esse período de Semana Santa no que se refere ao consumo de peixe e frutos do mar pelos baianos?

Daniel Victória: Ao longo de mais de quatro décadas de existência, a Bahia Pesca tem atuado pelo fortalecimento da cadeia produtiva do pescado dentro do contexto do agronegócio baiano. Os últimos dados retratam que o estado apresenta um consumo por habitante/ano de 9,47 quilos, uma média alta dentro do contexto nacional, mas ainda aquém do recomendado pela Organização Mundial de Saúde, que é de 12 quilos por habitante/ano. A nossa expectativa é que, na Semana Santa, se eleve para um maior patamar o consumo deste pescado, mesmo porque já podemos aferir a demanda maior pelo produto nos projetos fomentados pela Bahia Pesca, a exemplo das tilápias produzidas e processadas pela unidade de beneficiamento de Xingozinho, em Paulo Afonso, através da Associação dos piscicultores de Lagoa do Junco, que estará participando conosco da feira de negócios Origem Week Bahia, neste final de semana, no Centro de Convenções de Salvador.

Tribuna da Bahia: Como é a dinâmica do mercado de pescado durante a Semana Santa na Bahia?

Daniel Victória: A Semana Santa se coloca mais como um período de consumo de pescado acirrado pelo aspecto religioso, mas a Bahia Pesca trabalha pelo aumento da produção e do consumo do pescado baiano ao longo do ano inteiro, através de ações desenvolvidas por seus projetos. Importante ressaltar que temos um grande aliado: a culinária baiana, que é centrada basicamente em peixes e frutos do mar.

Tribuna da Bahia: Há flutuação de preços e demanda intensificada?

Daniel Victória: O mercado é regido pela lei de oferta e procura, como o aumento da demanda. Nesta data específica, é natural que haja uma elevação dos preços.

Tribuna da Bahia: Existem iniciativas específicas para promover a participação dos pescadores artesanais nesse período?

Daniel Victória: Como foi dito anteriormente, nós trabalhamos o ano todo junto ao pescador artesanal, por meio das suas entidades de representação como forma de auxiliá-lo, seja no processo organizativo dos benefícios sociais da categoria, seja no processo de produção e comercialização do pescado, através de cursos, eventos, capacitação em pesca e tecnologia do pescado. Esse esforço visa oferecer ao mercado consumidor uma oferta regular de pescado, que não se restringe apenas a uma época do ano. Queremos que o pescado entre na dieta regular do baiano e o governo federal deu um grande incentivo para isso recentemente com a publicação do decreto 11.936, que inseriu pela primeira vez o pescado na composição da cesta básica.

Tribuna da Bahia: Como a Bahia Pesca está contribuindo para o desenvolvimento sustentável da pesca a longo prazo?

Daniel Victória: A Bahia Pesca é uma empresa pública vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura, a Seagri, e, como tal, é a responsável pela gestão das políticas públicas para o desenvolvimento da pesca e aquicultura do estado. Realizamos ações diretamente vinculadas ao pescador através da qualificação e requalificação de mão de obra, implantação de unidades simplificadas de beneficiamento, comercialização de pescado, cessão de máquinas e equipamentos de pesca, cessão de embarcações, entre outras ações. Tudo isso na tentativa de valorizar e fortalecer a pesca e a aquicultura em toda a Bahia. Há também que se deixar registrado que a Bahia Pesca tem, ao longo dos anos, desenvolvido algumas parcerias de grande relevância para o setor. Em conjunto com a Uneb de Valença, oferecemos o curso de Engenharia de Aquicultura, realizado em sistema de alternância, com aulas práticas ministradas no Centro Vocacional Tecnológico Territorial do Pescado da Bahia Pesca, que fica na Fazenda Oruabo, no município de Santo Amaro. Em parceria com a com a Secretaria de Políticas para as Mulheres, desenvolvemos o projeto Elas à Frente da Pesca, de valorização e empoderamento feminino e capacitação de marisqueiras e pescadoras. E, ao lado da Secretaria de Administração Penitenciária, criamos o projeto Fênix, de ressocialização de presos através de uma piscicultura implantada dentro da penitenciária de Feira de Santana.

Tribuna da Bahia: Quais são os principais projetos em andamento para promover a sustentabilidade ambiental e econômica?

Daniel Victória: São diversos projetos nesta área, como o Peixe Vivo, que consiste no povoamento e repovoamento de aguadas públicas como forma de permitir o acesso às comunidades ribeirinhas; o PesquePAD, de criação de tilápias e camarões em águas de rejeito de dessalinizadores no semiárido; o Sertão Fértil, que é o cultivo de peixes em tanques de irrigação; e o Puçá, que este ano deverá alcançar a marca de 40 milhões de megalopas de caranguejo-uçá e guaiamu, promovendo o repovoamento dos nossos manguezais.

Tribuna da Bahia: Além da pesca tradicional, a Bahia Pesca está envolvida em iniciativas para diversificar as atividades econômicas no setor, como a aquicultura ou o turismo relacionado à pesca?

Daniel Victória: A Bahia Pesca também tem desenvolvido trabalhos capazes de permitir a atração de investidores de dentro e de fora do estado, principalmente no que se refere a Carcinicultura, ramo da aquicultura que se refere à criação de camarões; o Algicultura, de algas; a Malacocultura, de moluscos; e cultivo e beneficiamento de espécies de peixes marinhos. No caso específico do turismo, temos dialogado com o segmento para fortalecer o turismo da pesca, principalmente nas áreas da Baía de Todos os Santos e dos cânions do Rio São Francisco, entendendo que são alternativas, de um lado para o pescador e de outro para o piscicultor, para complementarem a renda.

Tribuna da Bahia: Quais são os principais desafios enfrentados pela Bahia Pesca atualmente, e quais estratégias estão sendo implementadas para superá-los?

Daniel Victória: Os desafios na Bahia têm o gigantismo do nosso território, o quinto maior do Brasil, e do nosso litoral, o maior do país. Para cumprir a missão de fazer a política pública alcançar todos os pescadores, marisqueiras e aquicultores baianos, contamos com uma estrutura descentralizada composta por seis estações de piscicultura, quatro terminais pesqueiros e quatro escritórios regionais espalhados pelo interior, e, com o programa Bahia Pesca com Você, que consiste em um menu de projetos como os que eu já citei nessa entrevista, e outros, como o Meu Viveiro, o Tá na Rede e o Bahia Ostra, que são realizados em conjunto com associações, prefeituras e consórcios municipais que garantem a capilaridade da nossa atuação no estado. O Bahia Pesca com Você tem por objetivo beneficiar diretamente 11.540 famílias, aproximadamente 46.160 pessoas, estimulando a geração de renda, a geração de novos postos de trabalho e, sobretudo, o combate à fome, uma das principais bandeiras do governador Jerônimo Rodrigues.

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