Conforme levantamento do site Bahia Notícias, das 27 Unidades Federativas (UFs) presentes no Brasil, apenas oito delas não tiveram candidaturas femininas ao governo estadual, entre elas a Bahia. Os outros estados sem representação das mulheres são: Espírito Santo, Alagoas, Amapá, Ceará, Maranhão, Rondônia e Santa Catarina. De acordo com o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), das 222 candidaturas ao governo estadual no Brasil, apenas 39 (17,56%) são de mulheres.
Apesar do número ainda ser desproporcional, o número de postulantes do gênero feminino buscando a “chefia” do Estado cresceu 30% em comparação com as últimas eleições gerais, em 2018. Há quatro anos, a Bahia tinha apenas uma mulher disputando o cargo de governadora do estado, com a candidatura de Célia Sacramento, pelo partido Rede Sustentabilidade. Os dados foram colhidos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e organizados pelo Bahia Notícias.
Para o cargo de vice-governadora a quantidade de mulheres disputando o posto caiu pela metade, comparando as eleições deste ano com as de 2018. Enquanto em 2022 se tem duas candidatas, Ana Coelho (Republicanos) e Leonídia Umbelina (PMB), das chapas de ACM Neto (União) e João Roma (PL), respectivamente, há quatro anos o estado contava com quatro representantes para o posto de vice.
Em relação à disputa no Senado, a Bahia, em 2022, é o sétimo estado com maior proporção de candidaturas femininas, com 33,3%, sendo duas mulheres entre seis postulantes à Casa Legislativa. Em comparação com as últimas eleições gerais, há quatro anos, o estado não tinha mulheres na disputa para senadora.
Ainda sobre Senado, desta vez para os cargos de suplentes, neste ano a Bahia não detém mulheres para o posto de 1ª suplente, todos os seis candidatos são do gênero masculino. Em 2018, haviam quatro candidatas para a posição. Sobre o 2º suplente, em 2022 há quatro mulheres para o cargo, enquanto na eleição anterior tinham apenas duas.
No campo legislativo, mas diferente do Senado, a busca por uma vaga como deputada federal cresceu 46,95% neste ano, em comparação com as últimas eleições gerais, chegando a 241 candidaturas. Em relação ao cargo na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), o número de mulheres na disputa teve uma alta de 50,25%, alcançando 296 candidaturas femininas.
Ao todo, a Bahia possui 545 mulheres buscando se eleger neste ano, um acréscimo de 46,50% frente ao registrado em 2018. No Brasil, no geral, houve um aumento de apenas 5,52% nas candidaturas femininas, chegando a 9.721 candidatas nas eleições de outubro.
Legislação
A Emenda Constitucional nº 97/2017 (EC 97/2017) prevê que cada partido deve indicar, pelo menos, 30% de suas candidaturas para mulheres. A ação começou a valer nas eleições municipais de 2020 e, por isso, os números em comparação com 2018 são tão gratificantes.
Em 2016, os ministros do TSE aprovaram, por unanimidade, a determinação de que os partidos reservassem 30% dos recursos do Fundo Eleitoral para o financiamento de campanhas eleitorais femininas, a partir das eleições de 2018. A ação tomada pelo tribunal teve como objetivo justamente a promoção da participação de mulheres na disputa por cargos políticos.