Aprovação recorde do presidente resulta também da postura menos bélica diante das câmeras de TV
Jair Bolsonaro está rindo à toa. Caso tenha assistido ao Jornal Nacional de sexta-feira (14), viu a exibição de gráfico a respeito do crescimento impressionante de sua aprovação, de acordo com pesquisa do Datafolha. Conseguiu recorde de avaliação ‘ótimo ou bom’ desde o início do mandato: 37%.
Segundo o Terra, a reprovação (‘ruim ou péssimo’) ao seu desempenho caiu 10 pontos, de 44 para 34, em apenas dois meses. O JN apresentou os dados sem comentar o resultado do levantamento.
O crescimento do apoio a Bolsonaro se explica por outro motivo. Se antes ele tinha ataques verborrágicos diários diante das câmeras de TV, com péssima repercussão na mídia, agora vive um período “paz e amor”. Houve mudança de comportamento. Esqueça as declarações raivosas e os ataques frequentes a jornalistas. O político ávido por confrontos optou pela autopreservação: evita polemizar, está quase diplomático.
“Eu creio que um dos princípios essenciais da sabedoria é o de se abster das ameaças verbais ou insultos”, escreveu Nicolau Maquiavel, autor do clássico O Príncipe, considerado um manual indispensável a governantes ambiciosos. Para uma figura pública, se manifestar pouco pode ser mais vantajoso do que aparecer toda hora na mídia. No momento, Jair Bolsonaro gargalha. Os jornalistas acostumados a reprová-lo estão espantados e sem vontade de sorrir.