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O autor do massacre na escola do Ensino Médio Marjory Stoneman Douglas, Nikolas Cruz, durante audiência que divulgou a sentença em Fort Lauderdale, Flórida - POOL/AFP
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quinta-feira 3 de novembro de 2022 às 06:53h

Autor de tiroteio em escola da Flórida condenado à prisão perpétua

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O autor do tiroteio que matou 17 pessoas em 2018 em uma escola do Ensino Médio foi formalmente condenado à prisão perpétua em um tribunal da Flórida, onde também foi duramente confrontado verbalmente por parentes das vítimas.

Nikolas Cruz, de 24 anos, evitou a pena de morte no mês passado quando um júri não concordou por unanimidade que ele merecia esta punição pelo massacre na escola Marjory Stoneman Douglas de Parkland.

Parentes e amigos das vítimas choraram e se abraçaram no momento em que juíza Elizabeth Scherer, do distrito Broward, leu as 17 sentenças por homicídio em primeiro grau, acrescentando após mencionar o nome de cada vítima que “o tribunal impõe a prisão perpétua obrigatória sem possibilidade de liberdade condicional”.

A tentativa frustrada de impor a pena de morte provocou indignação entre as famílias das vítimas no mês passado.

Após a audiência de dois dias que terminou com o anúncio da sentença na quarta-feira, vários pais e amigos das vítimas fatais expressaram sua dor e revolta quando falaram diretamente a Cruz.

“Meu desejo para você é que a dor do que você fez à minha família o consuma e traumatize todos os dias”, afirmou Lori Alhadeff, cuja filha Alyssa, de 14 anos, foi assassinada no massacre, segundo comentários registrados pela ‘National Public Radio’ (NPR).

Cruz se declarou culpado em outubro de 2021. Nos três meses seguintes à fase de provas do julgamento, no início deste ano, o júri viu imagens do ataque em que Cruz usou um fuzil semiautomático AR-15 e ouviu depoimentos desoladores dos sobreviventes.

Durante o julgamento, parentes e sobreviventes não foram autorizados a falar diretamente a Cruz. Mas na terça-feira e quarta-feira eles o observaram e o chamaram de monstro ou “assassino bastardo” que merece “queimar no inferno”, de acordo com a NPR.

Em meio à revolta, de uma área a seis metros de distância do condenado, alguns também criticaram o sistema judiciário penal por poupar a vida de Cruz.

“A ideia de que você, um assassino a sangue frio, possa de fato viver cada dia, comer sua refeições e deitar a cabeça à noite parece completamente injusta”, disse a professora Stacey Lippel, que foi ferida no tiroteio, segundo a CBS News.

“A única coisa que me conforta é que sua vida na prisão será repleta de terror e medo”.

Em 14 de fevereiro de 2018, Cruz, então com 19 anos, entrou com um fuzil semiautomático na escola, da qual havia sido expulso um ano antes por motivos disciplinares.

Em nove minutos, ele matou 17 pessoas e feriu outras 17.

Cruz fugiu do local no meio das pessoas que corriam desesperadas, mas foi detido pela polícia alguns minutos depois, quando caminhava pela rua.

O massacre de Parkland provocou uma grande comoção nos Estados Unidos e a retomada do debate sobre o controle de armas: Cruz conseguiu comprar legalmente a arma que usou no ataque, apesar de seus problemas de saúde mental.

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