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sexta-feira 18 de novembro de 2022 às 06:55h

Austrália se torna o primeiro país a aprovar o transplante de fezes no mundo

NOTÍCIAS, SAÚDE


A agência reguladora de medicamentos e terapias da Austrália, uma espécie de Anvisa local, aprovou a realização de transplante fecal para tratamento de infecções bacterianas no país. A aprovação pela Therapeutic Goods Administration (TGA) tornou o país o primeiro no mundo a permitir oficialmente esse tipo de terapia microbioma, uma inovação médica que trabalha a partir do papel fundamental que as trilhões de bactérias que vivem no interior de nosso intestino possuem em nossa saúde.

Essencialmente, o transplante fecal promove o que o nome sugere: a partir de uma doação de fezes saudáveis se realiza a aplicação dessa população de bactérias “boas” para reprodução no intestino doente. O procedimento pode ser realizado através de uma colonoscopia ou por via oral, por meio de cápsulas: a empresa BiomeBank, em Adelaide, é a primeira do mundo a ser aprovada para aplicação da terapia.

O transplante fecal efetivamente "aplica" bactérias boas em um intestino doente
O transplante fecal efetivamente “aplica” bactérias boas em um intestino doente© Vitor Paiva

O transplante fecal efetivamente “aplica” bactérias boas em um intestino doente

A aprovação da TGA australiana permite o uso do tratamento exclusivamente contra a Clostridium difficile colitis, uma bactéria que causa colite pseudomembranosa, uma infecção do cólon que produz diarreia, febre e dor abdominal, e que pode ser grave ou mesmo fatal. A infecção costuma aparecer em pessoas hospitalizadas, principalmente tratadas previamente com antibióticos. Estudos prévios, porém, já encontram conexão entre nossos microbiomas e tipos de câncer, déficit de imunidade, obesidade, diabetes, autismo, doenças mentais e até mesmo alcoolismo.

Assim, a expectativa é que em breve a terapia de transplante fecal possa ser receitada contra outros males. “Estamos entusiasmados em colaborar com o desenvolvimento de terapias baseadas em microbioma, com o objetivo de aliviar doenças do microbioma em uma escala muito maior”, afirmou Sam Costello, um dos fundadores da BiomeBank.

“É uma época animadora para o campo dos microbiomas, e estamos muito satisfeitos com o pioneirismo em novas soluções para tratar essas doenças”, afirmou, revelando que a empresa já possui um banco de fezes saudáveis para o tratamento, mas que segue em busca de novos doadores.

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