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quinta-feira 1 de julho de 2021 às 06:47h

Audiência na Câmara de Salvador debate desafios de ordenamento do Centro Histórico

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O ordenamento dos ambulantes informais e a revitalização do Centro Histórico de Salvador foram temas debatidos em audiência pública na terça-feira (29). A atividade foi promovida pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Relações Internacionais.

Estimulados pela Associação do Centro Histórico Empreendedor (Ache), os vereadores do colegiado de Desenvolvimento Econômico convocaram membros da sociedade civil para debater moradia, segurança pública, comércio, ordenamento público e turismo do Centro Histórico de Salvador.

“Em reunião com a Ache, vimos a necessidade de abrir a discussão sobre os ambulantes informais e todas as questões do ordenamento público desta região tão importante da nossa cidade. A audiência pública é importante não só para que a gente ouça e fale sobre todas as questões, mas também para garantir que ações públicas sejam realizadas futuramente para trazer soluções efetivas”, afirmou o presidente da Comissão, Ricardo Almeida (PSC).

Além de Ricardo Almeida, participaram do debate os vereadores Claudio Tinoco (DEM), Cris Correia (PSDB), Sílvio Humberto (PSB), Daniel Alves (PSDB) e Alberto Braga (Republicanos).

Também participaram as secretarias de Ordem Pública, Marise Chastinet, e de Desenvolvimento Econômico, Mila Paes, o diretor do Centro Histórico, Geraldo Gentil Magalhães, além de comerciantes, empresários e moradores do Centro Histórico.

Ações

Ex-secretário de Cultura e Turismo de Salvador, o vereador e membro da Comissão, Claudio Tinoco, destacou a importância comercial da região e a necessidade de ordenamento. Ele lembrou as diversas obras e ações realizadas durante a gestão do ex-prefeito ACM Neto e ressaltou a dificuldade da gestão do Centro Histórico.

“São quatro poderes públicos que atuam no local: Município, Estado, União e também internacional, com a Unesco. Para que cada braço que exerce no local tenha espaço, eu sugeri a criação de uma Prefeitura Bairro específica para o Centro Histórico na gestão do prefeito Bruno Reis, através de um projeto de indicação, e acredito que isso auxiliaria em todas as questões aqui debatidas”, afirmou Tinoco.

As secretarias Marise Chastinet e Mila Paes expuseram a elaboração de um projeto piloto pela Prefeitura de Salvador para qualificar comerciantes informais. A Secretaria de Ordem Pública está recadastrando 362 ambulantes listados pelo Executivo Municipal e 30 fiscais da pasta já atuam diariamente no local.

“O projeto busca capacitar os ambulantes de segmentos diferenciados. Ao todo são seis módulos de capacitação: abordagem, educação financeira, imagem e higiene pessoal, hospitalidade, recepção e qualidade de atendimento, manipulação e atendimento de produtos, além de conhecimento das localidades turísticas do Centro Histórico. Além disso, estamos prevendo a realização de um termo de conduta pela Prefeitura de Salvador para que esses ambulantes possam assinar e, dessa forma, possamos ter um maior ordenamento do local”, explicou Marise.

Coração da cidade

O vereador Daniel Alves, ex-presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, destacou que o Centro Histórico é o coração da cidade. Ele cobrou que soluções efetivas sejam apresentadas às demandas da população.

O vereador Sílvio Humberto ressaltou que o discurso não deve ser de eugenia, mas sim de tratar as mazelas da cidade, colocar o soteropolitano como foco para então trazer turistas.

Já Alberto Braga lembrou que a principal indústria da cidade de Salvador é o turismo e que “para Salvador estar bem, o Pelourinho também precisa estar bem”.
Representante da Ache, José Iglesias Garcia destacou que a falta de ordenamento do mercado informal atinge diretamente não somente os empresários da cidade, mas também o turismo e a imagem de Salvador.

“A referência do baiano de ser um povo hospitaleiro, que recebe bem o visitante, está se perdendo porque não conseguimos separar as nossas mazelas sociais de uma atividade tão importante que é o turismo. Se a gente quiser resgatar a boa imagem do destino, precisamos primeiramente resgatar a autoestima da população. O nosso único objetivo é fazer com que o visitante saia com boa imagem da nossa cidade”, disse Iglesias.

Assistência

Moradores cobraram atenção às residências do local, além de oportunidades e capacitação para quem mais precisa. “As pessoas deste local precisam ser assistidas, ensinadas, respeitadas e acompanhadas. Há 20 anos, tínhamos curso para baianas sobre como abordar pessoas, taxistas sobre os pontos turísticos da cidade, por exemplo. É preciso atenção a essas pessoas que vêm daqui. Se isso não for feito, não vamos chegar a lugar nenhum”, afirmou Creusa Carqueja, moradora do Centro Histórico e guia de turismo.

Seguindo os protocolos de segurança contra a Covid-19, incluindo a redução da capacidade total do auditório para 30% para garantir o distanciamento, o evento foi o primeiro a ser realizado de forma híbrida pela Câmara Municipal de Salvador, após a pandemia do novo coronavírus.

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