O ato em defesa da democracia promovido por movimentos de esquerda neste sábado (23) em Salvador, reuniu 1,7 mil pessoas em seu horário de pico, às 16h30, de acordo com o grupo de pesquisa da Universidade de São Paulo (USP). Mesmo com manifestações marcadas para diversas capitais do país, o evento na capital baiana era tido como o principal e contou com a presença da presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) Gleisi Hoffmann.
Para aferição, o grupo fez medições em três diferentes horários, até identificar o pico de manifestantes. O total contrasta com o número de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro presentes na Avenida Paulista, no dia 25 de fevereiro, que foi de 185 mil. Nas outras duas últimas manifestações convocadas pela direita, no ato conta a nomeação do ministro Flávio Dino no Supremo Tribunal Federal (10 de outubro de 2023) e pela memória de Cleriston Pereira, que morreu preso na investigado por participar dos atos golpistas de 8 de janeiro, o total foi de 5,6 mil e 13,3 mil respectivamente.
No ato deste sábado em Salvador, Gleisi Hoffmann citou nominalmente Bolsonaro em seu discurso, afirmando que ele atentou contra a democracia e que deveria ser responsabilizado.
— Nós temos o devido processo legal para que ele seja o berço das investigações. Isso que a gente quer. Independente de quem for. Se é militar, civil, se foi presidente da República, se é deputado, se é parlamentar. Tem que ser responsabilizado e pagar pelos seus atos, seja a forma que for, inclusive com a restrição da liberdade. Bolsonaro não pode ir para a rua querer a conciliação do Brasil quando ele atentou contra isso e contra a estabilidade das instituições brasileiras e de toda a política que tínhamos de construção do país — falou a deputada federal.
Ainda eram esperados no evento o senador Jaques Wagner (PT-BA) e o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), mas não há registros da presença deles no local. Quem se posicionou ao lado da presidente do PT no palco foi a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. Para atrair o público, alem dos discursos políticos, o evento em Salvador ainda teve um show da banda Yayá Muxima.