Teerã acusou Israel pela morte de Razi Moussavi nos arredores de Damasco. Militar da Guarda Revolucionária do regime fundamentalista coordenava aliança militar entre a Síria e o Irã.Um general da Guarda Revolucionária do Irã foi morto nesta segunda-feira (25) em um ataque na Síria. O regime fundamentalista de Teerã acusou Israel de executar o ataque e prometeu fazer o país “pagar” pelo que classificou de crime”.
Segundo a mídia estatal iraniana, o general Razi Moussavi era “um dos conselheiros mais experientes” da Força Quds, uma unidade especial da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC). Israel não comentou ainda sobre as acusações, mas o governo de Tel Aviv já afirmou em outras ocasiões que não permitiria que o arqui-inimigo Irã expandisse sua presença na Síria.
O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, expressou condolências pela morte de Moussavi, dizendo que Israel “certamente pagará por esse crime”. O general “foi morto durante um ataque do regime sionista há algumas horas no distrito de Zeinabiyah, nos subúrbios de Damasco”, informou a agência de notícias oficial iraniana Irna.
Ainda de acordo com a agência, Moussavi era “ativo no campo do fornecimento de apoio logístico ao eixo de resistência na Síria”, apontando que ele era um coordenador da aliança militar entre Teerã e o regime do ditador sírio Bashar al-Assad.
Em um comunicado, a Guarda Revolucionária do Irã disse que Moussavi foi morto em um “ataque de míssil” e também prometeu vingar sua morte.
General era próximo de comandante morto pelos EUA em 2020
O comunicado também apontou que Moussavi havia colaborado no passado com o general Qassem Soleimani, antigo comandante da Força Quds, que foi morto em Bagdá em um ataque de drone executado pelos EUA em 2020.
Na próxima semana, o Irã marcará o quarto aniversário da morte de Soleimani. Moussavi é agora o general mais graduado da Força Quds morto desde então.
A TV estatal do Irã disse que Moussavi foi alvo de “três mísseis” e exibiu imagens mostrando fumaça saindo da área do ataque.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, relatou ataques israelenses a posições ocupadas por grupos iranianos e pelo grupo Hisbolá, baseado no Líbano e alinhado a Teerã, na área de Sayyida Zeinab.
Moradores relataram ter ouvido fortes explosões e visto colunas de fumaça saindo de fazendas na área.
Desde o início da guerra civil da Síria em 2011, Israel lançou centenas de ataques aéreos contra seu vizinho do norte, visando principalmente as forças apoiadas pelo Irã e os combatentes do Hisbolá, bem como as posições do exército sírio.
Em 2 de dezembro, a Guarda Revolucionária acusou Israel de matar dois de seus membros na Síria, onde a força disse que eles estavam em uma missão de consultoria, sem fornecer mais detalhes.
Israel, que raramente comenta sobre ataques relatados na Síria, intensificou recentemente operações no país, especialmente contra o Hisbolá, desde o início de sua guerra contra o Hamas – também apoiado pelo Irã – desencadeada pelos ataques do grupo terrorista palestino em 7 de outubro.
O Irã, que apoia o Hamas financeira e militarmente, saudou os ataques terrorista no sul de Israel como um “sucesso”, mas negou qualquer envolvimento direto.