O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta quarta-feira (28) conforme Fabio Murakawa e Renan Truffi, do Valor, que “é bizarro” assinar pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, ao mesmo tempo, participar do governo.
Padilha fez essa afirmação à imprensa, ao ser questionado sobre a defesa do líder do governo na Câmara, José Guimarães, que disse ser favorável a encaminhar uma lista de parlamentares que firmaram esse pedido ao Planalto para que o governo tomasse “providências”.
“Parlamentar que assinou pedido de impeachment não deve querer participar do governo federal. Eu não tenho essa lista [dos que assinaram], não é uma lista pública”, disse Padilha. “Assim que Guimarães enviar lista de quem falou, vamos estudar […]. Aliás, é bizarro [firmar pedido de impeachment e participar do governo.]”
Ao todo, 139 parlamentares firmaram um pedido de impeachment contra Lula por conta da comparação que ele fez entre a ação militar israelense, que já deixou cerca de 30 mil palestinos mortos na Faixa de Gaza, e o extermínio de judeus por Adolf Hitler na Segunda Guerra Mundial.
Padilha ponderou, no entanto, que não o governo não tem poder de “punir” os parlamentares. E asseverou que as assinaturas pelo pedido de impeachment em nada se relacionam à liberação de emendas parlamentares pelo Executivo.
“As emendas são impositivas, não haverá nenhum tipo de discriminação”, afirmou.
Eleição no União Brasil
Padilha foi questionado ainda sobre a eleição no União Brasil, em que pode haver uma troca de comando na legenda que possui dois ministérios na Esplanada – Turismo e Comunicação -, além de Valdez Góes, da Integração Nacional, que embora não seja do partido é indicado pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP).
Ele afirmou que uma eventual troca do atual presidente, o deputado Luciano Bivar (PE), pelo advogado Antônio Rueda não tem potencial para alterar a participação do partido no governo.
“O presidente Lula já afirmou que não está no radar dele uma reforma ministerial”, disse. “A participação do União Brasil no governo não depende da troca de comando do partido.”