A indicação de Lurian Lula da Silva, filha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a um cargo no Senado Federal foi notícia há cerca de uma semana, e não se trata de fake news.
No entanto, logo após a imprensa detectou notícias falsas afirmando que Lurian teria um salário de nada menos que R$ 58 mil. Embora a história tenha seu fundo de verdade, a conta não é bem assim. Veja a mensagem que distorce os fatos:
A mais nova marajá do Senado: Lurian Lula da Silva, a filha mais velha do ex-presidiário Lula, foi nomeada como Assessora de Imprensa, salário de R$ 37 mil ajuda de custos R$ 21 mil total de 58 mil, incluso carro com motorista, plano de saúde ilimitado e apartamento funcional.
Segundo o texto, a nomeação foi feita pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE) e já foi publicada no DOU (Diário Oficial da União).
A conta é falaciosa. É verdade que a filha de Lula foi nomeada como assessora parlamentar do Senado Federal, mas seu ganho total é mais de quatro vezes inferior ao que foi indicado na corrente.
Lurian realmente foi nomeada para o cargo de assistente parlamentar intermediário no gabinete do senador Rogério Carvalho no dia 10 de dezembro. Sua portaria de nomeação publicada no DOU nº 240, Seção 2, no dia 12/10.
O assunto já foi tratado pelo próprio senador que, ao ser questionado, afirmou que ninguém pediu a indicação, ele que a escolheu.
O problema da corrente está no valor apontado.
Todos os salários pagos pelo Senado Federal são públicos e tabelados. De acordo com a tabela da Secretaria de Gestão de Pessoas da Casa para 2019, o cargo de assistente parlamentar intermediário (sigla AP-10) não recebe R$ 37 mil de salário mais R$ 21 mil de benefício, mas R$ 13.494,42, somando salário e gratificações.
Além disso, os benefícios apontados pela corrente também não existem para este cargo. Ao site UOL Confere, a assessoria do Senado informou que os servidores comissionados “não recebem ajuda de custo e não têm direito a carro com motorista, plano de saúde ilimitado ou apartamento funcional”.
Estes benefícios são restritos aos senadores. Os comissionados têm direito apenas a auxílio-transporte, auxílio-alimentação e creche para os filhos pequenos.