Nunca antes na história desse país houve tanta pesquisa. Neste mês, a Justiça Eleitoral recebeu mais de cem registros de sondagens sobre a disputa presidencial.
Quantidade não significa necessariamente qualidade. A profusão, no entanto, está induzindo interpretações díspares das tendências eleitorais, baseadas nas variações (8 a 16 pontos porcentuais) sobre a diferença entre candidatos líderes nas intenções de voto.
Pesquisadores atribuem à diversidade e, também, a falta de esclarecimentos mais detalhados sobre as diferentes metodologias. Exemplificam com a definição de amostras a partir de extratos censitários do IBGE — o último Censo disponível é de 2010, uma dúzia de anos atrás. As divergências, no entanto, não eliminam o principal: Lula segue à frente de Jair Bolsonaro.
Aparentemente, não está funcionando a ofensiva de desqualificação do adversário, intensificada por Bolsonaro no rádio, na televisão e nas redes.
Da mesma a forma, Lula ainda não conseguiu resultados objetivos com a sua campanha pelo “voto útil” no primeiro turno, para desidratar as candidaturas de Ciro Gomes e de Simone Tebet. As pesquisas divulgadas até ontem não registraram o efeito esperado pelo ex-presidente.
Pode acontecer, caso se confirme a “onda Lula” que já motiva apreensão no comitê central de Bolsonaro instalado no Palácio do Planalto. Essa preocupação se baseia na expectativa contínua, captada nas sondagens, de vitória de Lula.