A estratégia de defesa de Michelle Bolsonaro no caso das joias da Arábia Saudita tem duas brechas segundo Matheus Leitão, da Veja, muito importantes, que poderão ser aproveitadas pelos investigadores do caso, seja na Receita, no Ministério Público ou na Polícia Federal.
A primeira é: se ela não sabia de nada, como alegou nas redes sociais, terá que provar isso, o que será bem difícil.
Os órgãos de investigação estarão olhando se a ex-primeira-dama e seu marido, Jair Bolsonaro, utilizaram do cargo para tentar se apropriar das joias em vez de destiná-las ao patrimônio da União.
Isso tem nome: se chama peculato.
A outra questão é: Michelle, como informou a coluna, já tinha preparado até as reações para as redes sociais. Como então ela não sabia de nada?
O ex-presidente, por sua vez, também está cada vez mais enrolado. Ele que escapou de tantos crimes cometidos durante seu mandato – isso, na opinião da coluna – está diante de um fato mais complexo.
Descobertos agora, a sequencia de atos de sua gestão, com seu conhecimento, estão cada vez mais suspeitos. Foram muitos movimentos para reaver o colar, o anel, o par de brincos e o relógio de diamante que valem R$ 16,5 milhões.
Ou seja, para reaver uma fortuna.
Há um outro fator: sem foro privilegiado, já que deixou a presidência no dia 1º de janeiro, Bolsonaro enfrentará o caso na justiça comum, a 1º instância.
É um revés e tanto para o casal que até pouco tempo ditava a agenda do país.